Programa Nacional de Bioinsumos
Aproveitar o potencial da biodiversidade nacional para reduzir a dependência dos produtores rurais em relação aos insumos importados e ampliar a oferta de matéria-prima para o setor é o foco do Programa Nacional de Bioinsumos, lançado pela Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação. Em parceria com o setor produtivo, está sendo fomentado um conjunto de práticas sustentáveis na produção agrícola, pecuária e aquícola para o desenvolvimento e o uso sustentável da rica diversidade biológica brasileira. Além de linhas de crédito, os produtores contam com um aplicativo que traz uma lista de produtos de origem biológica.
Plano ABC
Em dez anos, o Plano ABC colhe resultados positivos e avança em novas diretrizes para a década futura. Mais de 40 milhões de hectares em todo o país já adotaram tecnologias previstas do plano como integração lavoura-pecuária-floresta, sistema plantio direto e fixação biológica de nitrogênio. O volume de financiamento para uma agricultura sustentável ultrapassa R$ 20,8 bilhões e já são mais de 26,8 milhões de hectares de pastagens degradadas recuperadas. Outro resultado é a carne carbono-neutro. Foi desenvolvida pela Embrapa a partir da produção de bovino de corte em sistemas com a plantação de árvores, que neutralizam emissão do metano e reduzem o efeito estufa.
Indicação Geográfica
O guaraná da Terra Indígena Andirá-Marau, na divisa do Amazonas e do Pará, ganhou a primeira Indicação Geográfica (IG) da espécie Denominação de Origem no Brasil para povo indígena, os SateréMawé. A IG foi para dois produtos nativos: o waraná (guaraná nativo) e o pão de waraná (bastão de guaraná). Também está em processo de análise o selo de Indicação Geográfica para o café robusta das Matas de Rondônia, que poderá ser a primeira IG do mundo de uma variedade de café sustentável da região amazônica. O Brasil conta com 72 IGs nacionais registradas.
Apanhadores de sempre-vivas
O tradicional sistema agrícola dos apanhadores de sempre-vivas da Serra do Espinhaço (MG) foi reconhecido como Patrimônio Agrícola Mundial. É o primeiro do Brasil a integrar a lista de 58 patrimônios agrícolas mundiais da ONU, desenvolvidos por povos e comunidades tradicionais em diversas partes do mundo. São camponesas e quilombolas de seis comunidades daquela região serrana de Minas que fazem o manejo das flores baseado no conhecimento tradicional de séculos, relacionado aos ciclos naturais das espécies.
Concessões Florestais
O Governo Federal incluiu, em 2020, a concessão florestal no portfólio de prioridades do Programa de Parceria de Investimentos (PPI). A resolução vai permitir o manejo sustentável das florestas nacionais de Humaitá, Iquiri e Gleba Castanho, no Amazonas. Em setembro, foi publicado o edital de concessão da Floresta Nacional do Amapá e, em novembro, o Conselho do PPI aprovou a qualificação da concessão florestal com manejo sustentável das Florestas Nacionais de Balata Tufari, Jatuarana e Pau Rosa, todas localizadas no estado do Amazonas. Atualmente, mais de 1 milhão de hectares de seis florestais nacionais estão sob concessão para a iniciativa privada, por meio de 18 contratos. A meta é chegar a 4 milhões de hectares concedidos até 2022.
CAR Dinamizado
Com mais de 6,5 milhões de imóveis inscritos, o Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural terá uma nova ferramenta para dar maior celeridade aos processos. O módulo de análise dinamizada é um programa informatizado desenvolvido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) que vai auxiliar os órgãos estaduais a realizar a análise dos cadastros. Vai possibilitar ainda o avanço da implantação dos instrumentos de regularização ambiental e de pagamentos por serviços ambientais, previstos no Código Florestal Brasileiro.
PronaSolos
Pesquisadores, produtores rurais e a população em geral poderão consultar informações sobre o solo brasileiro numa base de dados gratuita. A plataforma integra o Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos (PronaSolos) que objetiva fazer o mapeamento e o detalhamento da classificação dos solos do país. O mapeamento dos solos é fundamental para a produção agrícola e também para o planejamento urbano, para o desenvolvimento do setor de logística e para outras atividades produtivas.
Plantar Florestas
Responsável por quase 7% no Produto Interno Bruto (PIB) industrial, as florestas plantadas já respondem por 90% de toda a madeira produzida para fins industriais no país. O tamanho da área cultivada hoje chega a 10 milhões de hectares em todo o Brasil e a meta é ampliar em dois milhões de hectares até 2030. Para isso, está em execução o Plantar Florestas, parceria do Mapa com as principais lideranças do setor. Com esse segmento fortalecido, a pressão sobre as florestas primárias (nativas) tende a diminuir, contribuindo para a conservação do meio ambiente.
Sociobiodiversidade
A subvenção aos produtos da sociobiodiversidade atingiu recorde em 2020. Mais de R$ 24 milhões foram liberados para pagamento de quase 34 mil toneladas de produtos, contemplando 10.571 extrativistas. O extrativista recebe o bônus ao comprovar a venda do produto por um preço inferior ao mínimo fixado pelo Governo Federal.
Bioeconomia da Floresta
A bioeconomia foi uma das principais agendas em 2020 para promover o uso sustentável da floresta. Foram realizados webinários que discutiram desafios e oportunidades para o desenvolvimento de cadeias da sociobiodiversidade relativas a produtos florestais não madeireiros. Também foram apresentadas informações florestais obtidas por meio do Inventário Florestal Nacional e do Sistema Nacional de Informações Florestais – SNIF. As informações biofísicas, socioambientais e de comercialização foram comparadas com a localização dos pequenos imóveis do Cadastro Ambiental Rural. Assim, foram obtidas áreas com potencial de desenvolvimento da agricultura familiar de base florestal.
Trigo no Nordeste
Uma parceria entre a iniciativa privada e a Embrapa resultou na primeira colheita de trigo no Ceará. O plantio, ainda em fase experimental, produziu a colheita de 8,5 toneladas de trigo em uma área de 1,6 hectare, o que representa uma produtividade de 5,3 toneladas por hectare na primeira colheita. No Oeste da Bahia, a área plantada de trigo deve passar dos atuais 3 mil hectares para 20 mil hectares nos próximos anos, com o uso de tecnologias de manejo e de variedades. Na região, o trigo é plantado em sistema irrigado, em rotação com a soja, o milho ou o algodão.