A campanha
#MulheresRurais, mulheres com direitos faz parte das reflexões da Conferência das Mulheres Rurais da América Latina e do Caribe, da XIII Conferência Regional sobre a Mulher, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da experiência de duas campanhas nacionais realizadas no Brasil e Argentina, em 2015, e três regionais realizadas em 2016, 2017 e 2018. Os resultados destas campanhas estão no “Informe sobre a Campanha – 2015 a 2018 – principais resultados e lições aprendidas”.
Em sua edição 2019, a campanha começa em abril e termina em dezembro e tem como marcos orientadores o dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), o dia 5 de setembro (Dia Internacional das Mulheres Indígenas), o dia 15 de outubro (Dia Internacional das Mulheres Rurais) e o 25 de novembro (Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres).
O contexto
A desigualdade de gênero e a discriminação contra as mulheres é uma das causas estruturais da pobreza rural e um dos maiores desafios que os países da América Latina e Caribe devem enfrentar para desencadear todo o potencial transformador do mundo rural.
Embora as mulheres rurais tenham uma participação significativa nas economias locais, seu trabalho é muitas vezes invisibilizado nas estatísticas nacionais e em suas próprias comunidades, situação que limita seu acesso às políticas de desenvolvimento em suas localidades.
Além disso, as mulheres rurais têm uma carga de trabalho dupla e até tripla, pois no campo a diversidade das atividades que realizam está associada ao trabalho remunerado, ao trabalho não remunerado e, em muitos casos, ao trabalho de ação comunitária. A isto se soma a violência que sofrem cotidianamente.
As mulheres rurais também têm menos acesso a recursos produtivos e serviços como terra, água, crédito e capacitação. No caso das mulheres indígenas e afrodescendentes, a situação é ainda mais injusta.
De acordo com estimativas da FAO (2011), se as mulheres nas zonas rurais tivessem o mesmo acesso que os homens à terra, tecnologia, serviços financeiros, educação e mercados, a produção agrícola poderia ser aumentada e reduziria entre 100 e 150 milhões o número de pessoas com fome no mundo. Por essa razão, os países da região devem garantir os direitos das mulheres e potencializar sua força transformadora, o que pode significar a erradicação da fome e o cumprimento da agenda de 2030.
Para isso, o passo em direção ao desenvolvimento rural sustentável deve ser acelerado, e é urgente que os países da região implementem ações abrangentes voltadas ao empoderamento e à autonomia plena de todas as mulheres.