Projeto Pecuária ABC
PECUÁRIA ABC
Mapa prioriza direciona pecuária de leite e corte no Plano ABC
A produção sustentável de gado de leite e corte visando à baixa emissão de carbono na atmosfera é uma das prioridades do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para o Plano ABC. O ministério firmou um acordo de cooperação com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para colocar em prática o projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono. Um dos focos do Plano é o tratamento de dejetos animais.
O Brasil tem o segundo maior rebanho comercial bovino do mundo, com mais de 210 milhões de cabeças. É o segundo maior produtor mundial de carne bovina, responsável por 17% da produção total, com possibilidade de superar os Estados Unidos até o ano de 2020, país que atualmente ocupa o primeiro lugar no ranking. O Brasil é o líder mundial de vendas externas de carne bovina e a cadeia produtiva da pecuária movimenta R$ 167,5 bilhões por ano, empregando aproximadamente 7 milhões de pessoas.
A pecuária de corte é encontrada em todo o território nacional, tendo sua produção baseada em vários níveis tecnológicos e, consequentemente, diferentes níveis de produtividade. O confinamento de bovinos de corte já responde por aproximadamente 10% do total de abates, e este sistema de criação intensiva em que os bois ficam cerca de 90 dias no confinamento está em crescimento no país e deverá ocupar um espaço cada vez maior no volume de carne produzido pelo Brasil.
A cadeia produtiva do leite é uma das mais importantes do complexo agroindustrial brasileiro. O leite está entre os seis produtos mais importantes da agropecuária nacional, ficando à frente de produtos tradicionais como o café beneficiado e o arroz. O agronegócio do leite e seus derivados desempenha um papel relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para a população brasileira.
Com uma produção de 35,2 bilhões de litros (ano de 2014) o Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial da produção de leite. O sistema intensivo de criação conhecido se destaca pela produtividade anual por vaca e também pelo crescimento que este modelo produtivo tem apresentado anualmente no cenário brasileiro.
No entanto, novos desafios se apresentam à bovinocultura brasileira, como as exigências de bem-estar animal e os fatores relacionados à sustentabilidade ambiental. No que tange à sustentabilidade, o desafio da bovinocultura de corte (confinamento) e leite (free stall e similares) é grande, tendo em vista as exigências do mercado consumidor, a importância da atividade para geração de renda e emprego e seu possível potencial poluidor, devido à intensidade destes modelos produtivos que estão em franco crescimento no cenário da pecuária nacional.
Contudo, o uso de técnicas para o tratamento de dejetos pode reduzir ou eliminar este possível potencial poluidor, gerar renda para os produtores com os subprodutos oriundos destes processos e contribuir com o Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura – Plano ABC.
Assim, dentro do projeto, foram contratados consultores para analisar e divulgar modelos e maneiras de economizar carbono na pecuária intensiva. A partir dessa análise, os profissionais do ministério percorreram as principais regiões produtoras de bovinos de leite e corte do País para mostrar os benefícios dos dejetos e estão propagando por meio do Fórum de Pecuária de Baixa Emissão de Carbono.
O objetivo do encontro é mostrar as vantagens ao tratar os resíduos dos animais. O produtor pode gerar mais renda, energia e biofertilizantes, possibilitar mitigação dos impactos ambientais e aumentar a oferta de biogás. Além de reduzir os custos de produção, de fertilizantes industrializados e a emissão de gás metano (CH4) e de outros Gases de Efeito Estufa (GEE).
O Plano ABC é um dos planos setoriais elaborados de acordo com o artigo 3° do Decreto n° 7.390/2010 e tem por finalidade a organização e o planejamento das ações a serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, selecionadas com o objetivo de responder aos compromissos de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE) no setor agropecuário assumidos pelo país.
O objetivo geral do Plano ABC é garantir o aperfeiçoamento contínuo dos sistemas e das práticas de uso e manejo sustentável dos recursos naturais, que promovam a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e, adicionalmente, aumentem a fixação atmosférica de CO2 na vegetação e no solo dos setores da agricultura brasileira, conforme preconizado na Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC), aumentando a resiliência de sistemas produtivos e de comunidades rurais e possibilitando a adaptação do setor agropecuário às mudanças climáticas. O Plano ABC conta com uma de linha de crédito – Programa ABC – aprovada pela Resolução BACEN nº 3.896 de 17/08/10.
A abrangência do Plano ABC é nacional e seu período de vigência é de 2010 a 2020, sendo previstas revisões e atualizações em períodos regulares para readequá-lo às demandas da sociedade, às novas tecnologias e incorporar novas ações e metas, caso se faça necessário.