SALMONELAS
Salmonella é uma bactéria que pode causar intoxicação alimentar em seres humanos, conhecida como salmonelose, e em casos raros, pode provocar graves infecções e até mesmo a morte. É eliminada nas fezes de indivíduos portadores, pois seu principal nicho é o intestino de animais e seres humanos. Também pode estar presente no trato intestinal de pássaros e répteis, e ocasionalmente em insetos.
Esta bactéria está caracterizada em um gênero de duas espécies: Salmonella enterica, com 2.610 sorovares, e Salmonella bongori, com 23 sorovares. A espécie enterica é subdividida em seis subespécies sendo elas: enterica, salamar, arizonae, diarizonae, hutnae e indica. Destas a espécie entérica, subespécie entérica é a de maior importância em saúde animal e humana e abarca os sorovares de Salmonella Gallinarum (biovares Gallinarum e Pullorum) e ainda Enteritidis e Typhimurium.
As aves podem apresentar as seguintes enfermidades:
- Pulorose, causada pela Salmonella Pullorum,
- Tifo aviário, causado pela Salmonella Gallinarum, e
- Podem abrigar vários outros sorovares (paratíficos), entretanto sem apresentar sintomatologia clínica.
Seres humanos ao consumirem alimentos provenientes de aves contaminadas por S. Gallinarum e/ou S. Pullorum não adoecem, ou seja, estes sorovares não afetam a saúde humana, são considerados de importância para a saúde animal.
Entretanto, os seres humanos podem adoecer ao consumirem alimentos contaminados por outros sorovares como, por exemplo, Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium, que são os principais sorovares de impacto em saúde pública.
Nesse sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estabelece ações de controle e monitoramento de salmonelas em granjas avícolas comerciais de corte e de reprodução, assim como nos estabelecimentos de abate registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), além disso, o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) também estabelece os critérios mínimos de biosseguridade a serem adotados pelas granjas para registro no serviço veterinário oficial, conforme a seguir:
A Instrução Normativa SDA nº 20, de 21 de outubro de 2016, estabelece o controle e o monitoramento de Salmonella spp. nos estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e perus de corte e nos estabelecimentos de abate de frangos, galinhas, perus de corte e reprodução, registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), com o objetivo de reduzir a prevalência desse agente e estabelecer um nível adequado de proteção ao consumidor, sendo que todos os lotes de frangos e perus de corte devem ser submetidos a colheitas de amostras para a realização de ensaios laboratoriais para detecção de salmonelas antes do seu envio para o abate.
Os plantéis avícolas de reprodução também são submetidos a um controle sanitário periódico de espécies de salmonelas de interesse de saúde pública e saúde animal. O acompanhamento sanitário dos plantéis é supervisionado pelo MAPA e atualmente o programa tem sua conduta baseada na Instrução Normativa SDA n°78, de 3 de novembro de 2003, a qual aprova as normas técnicas para controle e certificação de núcleos e estabelecimentos avícolas como livres de Salmonella Gallinarum e de Salmonella Pullorum, e livres ou controlados para Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium.
A Instrução Normativa MAPA nº 56, de 04 de dezembro de 2007, estabelece os procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas de reprodução e comerciais, definindo as medidas estruturais e de manejo para garantir a biosseguridade das granjas avícolas.
Perguntas frequentes:
- Como a Salmonella pode chegar nas granjas avícolas?
As principais fontes de contaminação de lotes de aves de produção por Salmonella spp. são a aquisição de aves contaminadas por matrizes infectadas, infecção cruzada no incubatório e contaminação ambiental nos galpões de criação por falta de efetividade nos programas de boas práticas e biosseguridade.
- Qual a importância do correto controle dos sorovares Gallinarum e Pullorum nas granjas avícolas?
Buscamos a eliminação destes dois sorovares dos plantéis de aves de reprodução em função do potencial desses agentes causarem elevada mortalidade, redução de índices de produtividade e transmissão vertical à sua progênie. A presença destes sorovares em granjas além de causar redução na competitividade do setor avícola indica que a granja esta suscetível a vários outros patógenos. Sua presença indica necessidade de melhoria nas ações de boas práticas e de biosseguridade.
- Quais os principais procedimentos a serem realizados na granja?
Os produtores devem realizar todas as medidas contempladas pelo Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), em especial as medidas de vigilância e de biosseguridade dos estabelecimentos avícolas, as quais visam minimizar e controlar a presença de patógenos nas granjas. Consulte à Unidade Veterinária Local mais próxima para maiores informações.
- Quais alimentos são os principais responsáveis pela transmissão?
Qualquer alimento cru de origem animal, como carne, leite, ovos e frutos do mar, se estiverem contaminados pela bactéria, são potenciais causadores de salmoneloses. As frutas e legumes, se contaminados, também podem veicular a Salmonella. As bactérias quando presentes em alimentos podem causar doenças se estes não forem cozidos a uma temperatura interna mínima segura previamente ao seu consumo.
- Como evito o contágio por esta bactéria ?
Realizando o cozimento (ou outro tratamento térmico) antes de consumir produtos de origem animal. Alimentos ingeridos crus (Ex.: frutas e saladas), devem ser lavados e devidamente higienizados com desinfetantes específicos previamente ao seu consumo. Sempre lave as mãos com água e sabão antes e depois de manusear alimentos, assim como depois de usar o banheiro e manipular animais de estimação. Lave utensílios, tábuas, pratos e bancadas com água e sabão depois de preparar os alimentos.
- Que cuidados devo ter com os alimentos em casa?
Separe a carne crua, aves e frutos do mar de outros alimentos na geladeira. Quando for preparar os alimentos, utilize recipientes separados, por exemplo, uma tábua para cortar produtos frescos e outra para carne crua, aves e frutos do mar. Sempre lave bem as tábuas, os pratos, as bancadas e os utensílios com água e sabão depois de entrarem em contato com carne crua, aves e frutos do mar. Não coloque alimentos cozidos em um recipiente que continha anteriormente carne crua, aves ou frutos do mar.