Vigilância Epidemiológica
O Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) além de estabelecer os critérios mínimos de biosseguridade a serem aplicados pelos estabelecimentos avícolas para o registro destes junto ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), também determina os procedimentos específicos de prevenção e vigilância epidemiológica para IA, conforme o Plano de Vigilância de Influenza Aviária e doença de Newcastle,
A Vigilância epidemiológica tem 3 objetivos definidos:
- Objetivo 1: detecção precoce de casos IA e DNC nas populações de aves domésticas e silvestres
- Objetivo 2: demonstração de ausência de IA e DNC na avicultura industrial de acordo com as diretrizes internacionais de vigilância para fins de comércio.
- Objetivo 3: monitorar a ocorrência de cepas virais da IA para subsidiar estratégias de saúde pública e saúde animal.
Dentre os componentes da vigilância epidemiológica, estão:
Vigilância Passiva - Investigação imediata de qualquer notificação ou caso suspeito de influenza aviária e doença de Newcastle em estabelecimentos avícolas
A vigilância passiva em estabelecimentos avícolas tem como base o pronto atendimento pelo SVO das notificações feitas por parte dos médicos veterinários responsáveis técnicos de granjas, produtores ou por qualquer pessoa que tenha conhecimento da ocorrência de mortalidade repentina de aves, associadas ou não a sintomas clínicos neurológicos ou respiratórios.
Essas notificações geram investigação a campo para caracterização ou não, por parte do SVO, de uma suspeita provável de IA e DNC.
Se a suspeita for caracterizada com provável, são colhidas amostras para diagnóstico laboratorial oficial, realizada investigação epidemiológica e a propriedade permanece interditada até conclusão da investigação e emissão do laudo laboratorial negativo.
Vigilância Passiva - Investigação imediata de suspeitas em abatedouros
Nos abatedouros frigoríficos, o critério para notificação de caso suspeito de Síndrome Respiratória e Nervosa das aves (SRN) é exclusivamente baseado na identificação de aves com sinais clínicos ou lesões (neurológicos, respiratórios ou digestórios), ou ainda a presença de aves moribundas ou mortas na plataforma de recepção, compatíveis com SRN.
Nesse contexto, o serviço de saúde animal da unidade veterinária local (UVL) dos Órgãos Executores de Sanidade Agropecuária (OESA) deve ser acionado para o atendimento no local e este deve avaliar se a notificação é caracterizada como suspeita descartada ou caso provável de SRN.
Se a suspeita for caracterizada como caso provável, são colhidas amostras para diagnóstico laboratorial oficial, o abate do lote suspeito deve ser realizado em separado e seus produtos apreendidos cautelarmente. A investigação epidemiológica também deve ser realizada na propriedade de origem das aves, a qual permanece interditada até conclusão da investigação e da emissão do laudo laboratorial negativo.
Vigilância Passiva - Investigação imediata de qualquer notificação ou caso suspeito de influenza aviária e doença de Newcastle em mortalidade excepcional de aves silvestres
A vigilância passiva em mortalidade excepcional de aves silvestres tem como base o pronto atendimento pelo SVO das notificações feitas por qualquer pessoa que tenha conhecimento da ocorrência de mortalidade repentina nas aves na natureza, principalmente em áreas de concentração para aves aquáticas migratórias, pontos aquáticos de parada e outros corpos d’água.
Entende-se por eventos de mortalidade excepcional em aves silvestres as situações em que são encontradas aves mortas ou doentes em número acima do normalmente observado e por causa desconhecida, excluindo-se, por exemplo, ações antrópicas (envenenamentos, acidentes químicos, morte por armas, bombas, armadilhas, etc.) e fenômenos naturais (tempestades, terremotos, secas, enchentes, furacões e florações de algas nocivas, etc.).
Essas notificações geram investigação a campo para caracterização ou não, por parte do SVO, de uma suspeita provável de IA e DNC.
Se a suspeita for caracterizada com provável, são colhidas amostras para diagnóstico laboratorial oficial, realizada investigação epidemiológica e adoção de medidas de proteção dos plantéis de produção da região.
Vigilância Ativa em avicultura industrial: estabelecimentos avícolas de reprodução, corte, postura comercial e outras aves
Plano de vigilância ativa em aves de reprodução, corte, de postura comercial e de outras aves, em um quantitativo de estabelecimentos selecionados para cada uma das 7 áreas de amostragem definidas no país, com a colheita de amostras segundo critérios estatísticos e epidemiológicos, baseados em fatores de risco.
A colheita de material é realizada no estabelecimento de criação das aves pelo SVO e encaminhado ao laboratório oficial do MAPA.
Vigilância Ativa em aves de subsistência em áreas de maior risco de introdução de influenza aviária
Plano de vigilância ativa em criações de aves de subsistência, principalmente aquelas localizadas em áreas de maior risco de contato com aves aquáticas migratórias.
A priorização da amostragem em criações de subsistência onde possa haver contato com aves aquáticas migratórias é uma importante estratégia a ser adotada para a detecção de IA e DNC, visto que a maioria dos casos de introdução do vírus e de ocorrência de surtos em outros países tinha essa relação.
Vigilância Ativa para certificação sanitária de compartimentos avícolas
Em 2014 o MAPA publicou a normativa de Certificação Sanitária de Compartimentação da Cadeia Produtiva Avícola, a qual tem caráter voluntário e tem por objetivo certificar subpopulações com status sanitário diferenciado, livres de influenza aviária e doença de Newcastle.
Vigilância Ativa em aves importadas
O material genético (ovos férteis e aves de um dia) e as aves ornamentais importadas também passam por vigilância ativa no país de origem e ao ingressarem no Brasil.
Para importação de material genético avícola (ovos incubáveis e pintos de um dia), são colhidas amostras para pesquisa de vírus da influenza aviária, vírus da doença de Newcastle, Salmonella Gallinarum, S. Pullorum, S. Typhimurium, S. Enteritidis, Mycoplasma gallisepticum, M. synoviae e M. meleagridis (somente perus).