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Comércio exterior
Setor brasileiro de celulose quer ampliar exportações para China, EUA e UE
Ampliar a participação da celulose brasileira na China, nos Estados Unidos e na União Europeia é a meta do setor de produtos florestais para 2016, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ). Esse objetivo será integrado ao planejamento das ações da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para este ano.
O Brasil já participa com 45%, 71% e 69% dos respectivos mercados e avalia que há potencial para expandir as vendas. Em 2015, a quantidade de celulose exportada pelo país bateu recorde na série histórica da balança comercial do agronegócio, iniciada em 1997.
O volume exportado de celulose em 2015 cresceu 8% em relação a 2014, atingindo 11,97 milhões de toneladas. Os produtos florestais ocuparam a terceira posição entre os recordistas da exportação do agronegócio, atrás da soja e das carnes.
Foram exportados US$ 10,33 bilhões, dos quais mais da metade representa venda de celulose (US$ 5,59 bilhões). Em relação ao ano anterior, houve crescimento de 5,6% em valor, quando as exportações do produto chegaram a US$ 5,29 bilhões.
Desempenho
O desempenho do setor foi amparado pela atuação do Mapa na defesa do direito de o Brasil continuar avançando na área de árvores geneticamente modificadas. Em novembro de 2015, durante a 19ª reunião do órgão técnico, tecnológico e científico (SBSTTA, em inglês) da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), em Montreal, no Canadá, o Mapa reforçou essa posição brasileira.
Para o Brasil, interpretações distorcidas da Resolução IX/5 da CDB, que recomendava precaução na análise de risco para árvores geneticamente modificadas, poderiam resultar na proposição de moratória e de restrições à liberação de árvores geneticamente modificadas.
“O Mapa defende, no contexto internacional a aplicação dos princípios da Organização Mundial do Comércio. Nesse caso, é o de avaliação de risco e não do da precaução”, disse o diretor do Departamento de Negociações Não-Tarifárias da SRI, Odilson Silva. Segundo o ministério, tanto uma eventual moratória quanto restrições teriam impacto direto sobre a produção brasileira de celulose e produtos florestais.
Análise
Como o Brasil foi o primeiro país a obter a tecnologia e o único que realizou uma completa análise de risco até o momento era fundamental esclarecer que a recomendação da CDB para a precaução não significava a proibição da tecnologia.
A defesa, pelos técnicos do Mapa, do sistema brasileiro de biossegurança foi fundamental para que, nos textos finais da reunião de novembro, não constasse qualquer nova proposta de restrição às árvores geneticamente modificadas.
A competitividade da celulose brasileira no mercado internacional é resultado da alta produtividade do eucalipto no país, que pode render até 44 m³/ha/ano, enquanto nos países concorrentes mais importantes os números variam de 6m³/ha/ano na Suécia a 25 m³/ha/ano na África do Sul.
A partir das novas cultivares geneticamente modificadas de eucalipto –como aquelas que utilizam o evento aprovado em abril de 2015 pelo órgão regulador responsável, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) –, a expectativa do Ministério é de que o setor se torne cada vez mais competitivo.
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