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Panaftosa envia em maio missão à Venezuela para auxiliar combate à doença
O Centro Pan Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) vai enviar no próximo mês uma missão veterinária à Venezuela, para ajudar nas medidas de erradicação da febre aftosa e na estruturação do serviço veterinário do país. A decisão foi tomada pela Comissão para Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), na sexta-feira (20), durante reunião da entidade que acontecia na Bolívia. E se deve ao reaparecimento de foco no território colombiano, mas a alegação é de que seriam animais contrabandeados da Venezuela.
De acordo com o representante brasileiro na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, o Panaftosa também decidiu acompanhar de perto a situação sanitária da Colômbia, onde foram sacrificados os animais com aftosa no início deste mês. Haviam sido registrados outros quatro focos no ano passado na Colômbia.
Na reunião da Cosalfa o representante do governo venezuelano firmou o compromisso de receber e apoiar equipes do Centro Pan Americano. Há expectativa de disponibilizar 16 milhões de doses de vacina para cada campanha de imunização do rebanho venezuelano. A previsão é que o apoio ao país se estenda pelo menos por dois anos. “Não é simplesmente uma situação humanitária, mas de estratégica e de segurança na região. Existe um plano hemisférico de combate à doença”, disse o diretor.
Segundo Guilherme Marques “a Venezuela não dispõe de vacina suficiente para as campanhas, não tem estrutura necessária para desenvolver suas vigilâncias, mas está disposta a se equipar. Os venezuelanos têm um órgão oficial de defesa sanitária que é o Instituto Nacional de Saúde Agrícola Integral (Insai), têm legislação e bons veterinários que atuam nos escritórios. Então, não estamos começando do zero. Mas daremos apoio para a execução das medidas de combate à doença, trabalhando junto com o setor privado daquele país”.
O diretor não concorda com a simples doação de vacinas a qualquer país, sem que seja feito o acompanhamento da vacinação, o cadastramento de propriedades e com a estrutura necessária à estas ações. “É um projeto de anos que tem que ser desenvolvido nessa região com ênfase na vacinação e com conhecimento situacional da doença no campo”, explicou.
Decisão
Em relação à retirada da vacinação contra a aftosa no Brasil, Marques disse que representantes dos países da América do Sul, acompanham com atenção o processo, pois dos 350 milhões de animais de todo continente, 220 milhões estão no território brasileiro. “Os produtores brasileiros querem avançar nas metas estabelecidas e o estado do Paraná está se organizando para apresentar uma proposta formal ao Mapa, para acelerar o calendário. Para isso, o Paraná, bem como qualquer outro estado que decida e demonstre capacidade de antecipar a retirada da vacinação, receberá equipe do Mapa para avaliar se será possível a antecipação do cronograma”, alertou Marques.
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Janete Lima
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