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O produto, desenvolvido pela Embrapa, pode ser adicionado à água onde a larva do mosquito se desenvolve
Nova geração de bioinseticida contra Aedes aegypti está em fase final de produção
- Foto: Venilton Kuchler/ ANPr
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia realiza os últimos testes toxicológicos da nova geração de um bioinseticida capaz de matar as larvas do mosquito Aedes aegypti – transmissor de dengue, febre Chikungunya e Zika - sem prejudicar a saúde das pessoas e dos animais domésticos. Chamado Inova-Bti, o produto foi desenvolvido em parceria com o Instituto Matogrossense do Algodão (IMA) e poderá ser um importante aliado na eliminação do inseto.
O Inova-Bti é um líquido que pode ser adicionado em qualquer lugar que acumule água ou tenha potencial para ser um criadouro do Aedes aegypti. Causa a morte apenas das larvas e não do mosquito adulto e não é tóxico a pessoas nem a animais domésticos. Além disso, é de fácil aplicação e pode ser manuseado pela própria população.
Todos os testes laboratoriais e de eficácia já foram concluídos pela Embrapa. Mas, antes de ser comercializado, o produto precisa ser registrado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Este é o segundo inseticida biológico desenvolvido pela Embrapa com o objetivo de combater as larvas do mosquito. Desde 2005 está no mercado o Bt-horus - feito em parceria com a empresa Bthek Biotecnologia -, mas que não é produzido em larga escala no país.
A pesquisadora na área de Controle Biológico da Embrapa, Rose Monnerat, explica que os dois larvicidas são biológicos, não afetam o meio-ambiente, nem colocam em risco a saúde humana. Porém, o novo produto, Inova-Bti, foi formulado com adjuvantes modernos de alta eficiência.
“A formulação é um pouco diferente do primeiro bioinseticida, mas ambos têm os mesmos princípios e são excelentes produtos”, ressalta Monnerat. “Os testes toxicológicos do Inova-Bti estão em fase final e então submeteremos o dossiê com toda a documentação à Anvisa”.
Na semana passada, a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) defendeu o uso de inseticidas biológicos no controle do Aedes aegypti e reforçou ações de combate ao vírus da Zika.
O Bt-horus já foi utilizado nas cidades de Três Lagoas (MS), São Sebastião (DF), Rio das Ostras (RJ) e Sorriso (MT), sempre com resultados positivos. Inseticidas à base da bactéria Bacillus thuringiensis israelenses (Bti) são utilizados há décadas em países como Estados Unidos.
De acordo com a pesquisadora, o Instituto Matogrossense do Algodão tem capacidade para produzir 1.600 litros de Inova-Bti por semana, tão logo seja concedido o registro. A recomendação é que cada família utilize um frasco de 30 ml. Por isso estima-se que cerca de 53 mil residências possam ser atendidas por semana. Com a crescente demanda pelo bioinseticida, há possiblidade de a produção ser duplicada em curto espaço de tempo, de acordo com a pesquisadora.
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Priscilla Mendes
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