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Cerveja contaminada
Mapa divulga relatório final das ações na Cervejaria Backer
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulga nesta terça-feira (4) o relatório final a respeito das ações fiscais realizadas na cervejaria Backer após análises e detecção da presença dos contaminantes monoetilenoglicol (MEG) e dietilenoglicol (DEG) em cervejas produzidas pela marca.
O relatório confirma a ocorrência de contaminações desde janeiro de 2019, afastando a possibilidade deste ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria. Além disso, o relatório ressalta que as substâncias MEG e DEG não são produzidas pela levedura cervejeira em condições normais de produção da bebida. Tampouco foram identificadas contaminações desta natureza em análises realizadas em cervejas nacionais e importadas. Conforme revisão da literatura científica, tal contaminação é inédita em alimentos no Brasil.
As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento, utilizando-os em detrimento de alternativas atóxicas, como propilenoglicol e álcool etílico potável. As contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10, ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria.
A empresa também possui diversas falhas e lacunas em seus sistemas de controle e gestão internos, apresentando informações incompletas nos relatórios de produção e controles de rastreabilidade ineficientes.
A Cervejaria Backer segue interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção de cervejas no local.
Recolhimento dos produtos
Diante do risco iminente à saúde pública, o Mapa realizou em janeiro, como medida cautelar, o fechamento da Cervejaria Backer. Adotou, junto aos demais órgãos, medidas imediatas para interromper a produção e a comercialização dos produtos contaminados por mono e dietilenoglicol.
Foram apreendidos, nas dependências do estabelecimento e no comércio de Minas Gerais, um total de 79.481,34 litros de cerveja, de várias marcas e diversos lotes, com presença dos contaminantes, sendo 56.659 garrafas com riscos aos consumidores. No Espírito Santo, os resultados das análises indicaram 9.047 garrafas de cerveja contaminada retiradas dos mercados, totalizando 5.428,2 litros.
Os procedimentos para apuração de responsabilidades na esfera administrativa já foram iniciados e seguem os ritos processuais legalmente previstos.
Análises
No início das apurações, o Mapa trabalhou com o método qualitativo para detectar a presença dos contaminantes e assim mitigar os riscos à saúde dos consumidores. Após validação do método quantitativo pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Minas Gerais, as análises passaram a fornecer a quantidade dos contaminantes nas amostras.
Ao todo, o relatório apresenta os resultados das análises quantitativas dos glicóis MEG e DEG em cerca de 600 amostras de cervejas da Backer, indicando a presença de glicóis em 36 lotes produzidos ao longo de 2019 e 2020, em concentrações variadas.
>> Confira aqui o Relatório de ações: Cervejaria Backer
>> Veja a entrevista coletiva sobre o relatório:
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