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Saúde animal
Indígenas de Raposa Serra do Sol vacinam gado contra aftosa
- Foto: Fotos: Manoel Fernando Estrella/Mapa
Quando chega a época da vacinação contra a febre aftosa na reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, os líderes locais procuram as equipes da campanha Agulha Oficial para agendar os dias de imunizar o rebanho bovino. A mobilização dos tuxauas – chefes de aldeias – é responsável por parte do êxito das ações de prevenção à doença na região. Durante a 14ª fase da primeira etapa da campanha, realizada no mês passado, 21,6 mil animais foram vacinados em 60 comunidades do município de Pacaraima. Apenas numa manhã de abril, foram aplicadas 700 doses da vacina no gado da comunidade indígena do Barro.
Promovida há sete anos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Agência de Defesa do Estado de Roraima (Aderr), a campanha é elogiada pelos indígenas. A tuxaua Eliza da Silva, da comunidade do Barro, diz que seu rebanho cresce a cada ano depois que passou a ser imunizado, o que impulsiona a atividade pecuária na aldeia.
As 52 famílias do Barro, conta a tuxaua, já sabem que parte do lucro com a atividade de pecuária de corte deve ser aplicada em sanidade animal, treinamento de vaqueiros e melhoramento da infraestrutura usada para criação do gado. Neste ano, os indígenas da comunidade investiram R$ 50 mil em um novo curral para criar os bovinos. Eliza também quer um programa permanente de assistência técnica e extensão rural aos indígenas das aldeias de Raposa do Sol.
A primeira etapa da campanha, com suas diversas fases, ocorre em abril e maio. Até o dia 31 deste mês, 44,6 mil animais devem ser imunizados em Raposa Serra do Sol. Do total, 17,6 mil cabeças de gado estão em Pacaraima; 15 mil, em Uiramutã; e 12 mil, em Normandia. Assim como Pacaraima, os outros dois municípios também ficam dentro da reserva indígena.
Segundo Francisco Salles, um dos coordenadores da vacinação no território indígena, 16 técnicos do Mapa, Funai e Aderr participam desta primeira etapa da campanha. “A cada ano, as comunidades indígenas se conscientizam mais sobre a importância de ter um rebanho livre de doenças, o que ajuda Roraima a manter o status de área livre de aftosa.”
Locais de difícil acesso
Nas primeiras campanhas, o cenário era outro. Havia forte resistência dos indígenas em relação à vacinação do rebanho. “No início do programa, muitas comunidades eram contra o nosso trabalho, mas, ao longo destes sete anos, elas perceberam que era importante ter um rebanho sadio. Agora, quando chega a época da imunização, os tuxauas já nos procuram para agendar a ida das equipes às aldeias”, lembra Salles.
Um dos grandes desafios da campanha de prevenção à aftosa em Raposa Serra do Sol, ressalta Salles, são os deslocamentos até as comunidades de difícil acesso. “Os técnicos chegam a caminhar mais de três horas carregando nas costas o isopor com as doses da vacina ”, diz Salles.
Técnico do Mapa e também um dos coordenadores da Agulha Oficial, José Maria Nobrega acrescenta que muitas vezes os tuxauas pedem instruções sobre como lidar de forma correta com o rebanho. Os pedidos, enfatiza Nobrega, sempre são atendidos.
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Manoel Fernando Estrella (ACS/SFA-RR)
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