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Ribeirinhos tiram cachos de açaí do topo da palmeira para abastecer o mercado
Do alto do açaizeiro à mesa do consumidor
Logo que amanhece, os ribeirinhos e ribeirinhas da Amazônia sobem ao topo de açaizeiros com a ajuda de uma cinta amarrada aos pés, chamada de peconha. De lá, retiram os cachos de açaí com uma faca. Depois, a fruta é colocada em cestos de palha, conhecidos como rasas, que suportam de 14 a 28 kg.
Assim começa o cotidiano da boa parte dos extrativistas que garantem o sustento com a cultura do açaí. O maior polo brasileiro de coleta do fruto fica no estuário do Rio Tocantins, no Pará.
A cadeia produtiva açaí reúne trabalhadores de diferentes atividades. Entre eles, os produtores, que trabalham durante todo o ano nos açaizais, e os extrativistas, responsáveis pela colheita do fruto nas palmeiras. Também há os atravessadores, que coletam as rasas por via fluvial em embarcações de pequeno porte, e os batedores artesanais, que processam a fruta em pequenas batedeiras para consumo no próprio estado.
Além disso, participam do processo os transportadores. Eles carregam o açaí em caminhões refrigerados por aproximadamente 12 horas até as principais indústrias de processamento em grande escala. Essas empresas distribuem o produto para fora do estado.
Preço da rasa
Apesar de não existir um padrão de comercialização da fruta, a rasa de 14 kg custa cerca de R$ 25 para a agroindústria, diz o gerente de Fruticultura da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (Sedap), Geraldo Tavares.
O valor do produto pode variar muito durante o ano, diz o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacyr Saraiva Fernandes. Isto porque o preço depende da quantidade da produção e da negociação com os compradores.
De acordo com diretora de de Política Agrícola e Informação da Conab, Elizabeth Turini, o Pará consome 60% da sua colheita de açaí. Do 40% restante, 30% vão vendidos para o mercado interno – com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais –
e 10% são exportados.
Para fiscalizar toda a cadeia produtiva, algumas prefeituras criaram um selo de garantia da qualidade do produto. Em Belém, o selo é conhecido como Açaí Bom. O certificado é concedido aos batedores artesanais, que fazem o processamento do produto dentro das normas determinadas pela Vigilância Sanitária e pelo decreto estadual n° 326 / 2012.
Já as agroindústrias são fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepara). No Mapa, os padrões de identidade e qualidade para polpa de açaí, consumida como bebida, são definidos pela Instrução Normativa nº 01, de 7 de janeiro de 2000.
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Assessoria de comunicação social
Ana Carolina Oliveira
ana.carolina@agricultura.gov.br