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Café arábica tem novas portarias de zoneamento agrícola de risco climático
As portarias de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para o cultivo do café arábica foram publicadas nesta quinta-feira (16), no Diário Oficial da União. Foram considerados os sistemas de produção de sequeiro e irrigado separadamente, sendo os requerimentos térmicos os mesmos para ambos os sistemas. O atendimento da demanda hídrica só é considerado no regime de sequeiro.
As Portarias indicam a delimitação das áreas de risco e definição dos períodos de baixo risco para a implantação da cultura do café arábica no Brasil, a partir do plantio de mudas. Os riscos analisados de agosto a dezembro, majoritariamente, foram aqueles associados às condições hídricas e térmicas prejudiciais ou impeditivas à sobrevivência das mudas recém plantadas ou ao seu crescimento e estabelecimento pleno nos meses seguintes, para uma boa formação do pomar.
O pesquisador da Embrapa Gustavo Costa Rodrigues, coordenador da equipe responsável pelo trabalho, afirma que o grande avanço em relação aos zoneamentos anteriores da cultura do café arábica foi a utilização de parâmetros do clima, do solo e da própria cultura integrados no sistema Micura, já largamente utilizado no Zarc em culturas anuais e perenes, o que possibilitou a análise de frequência do risco agroclimático ao invés do enfoque de aptidão utilizado anteriormente.
Os principais riscos climáticos considerados nesse novo zoneamento foram a deficiência hídrica, parametrizada através do índice de satisfação da necessidade de água nas diferentes fases fenológicas da cultura e o risco térmico, avaliado tanto pela ocorrência de altas temperaturas na época da floração e estabelecimento inicial, quanto o risco de geada durante todo o ciclo de produção. Também foi considerado como critério auxiliar uma altitude mínima necessária de 500m para latitudes menores que 21° e 250m para latitudes superiores a 21°.
O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permitir ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos. Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas.
Também foram revisadas as portarias do café robusta para o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Rondônia, Espírito Santo e Minas Gerais.
Reuniões de validação
As reuniões de validação do Zarc do café arábica contaram com a participação de 151 pessoas entre produtores, representantes de cooperativas e órgãos de pesquisa e extensão. A metodologia foi apresentada e discutida no Comitê Técnico do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) e os resultados apresentados em cinco reuniões de validação, envolvendo 17 estados onde o Zarc mostrou a potencialidade de produção do café arábica.
Resultados
Os estudos nacionais de Zarc atendem aos objetivos do Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático e ao Programa Agro Gestão Integrada de Riscos. A observância das datas de plantio preconizadas pelo Zarc é obrigatória para os produtores que desejam acessar o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR).
Os resultados do Zarc do estão apresentados em tabelas de classe de risco (20%, 30% e 40%) por município, tipo de solo, ciclo e decêndio do ano, disponibilizados pelo Mapa no Painel de Indicadores; nas portarias de Zarc por estado, no aplicativo Zarc Plantio Certo (IOS, Android).
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