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Agricultores familiares de SC relatam melhora de renda e produção com cooperativismo
- Foto: Débora Brito/Mapa
Delegações encerraram nesta sexta-feira (1º) a 31ª Reunião Especializada em Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf). Durante a reunião, os países participantes debateram os impactos do Acordo Mercosul-União Europeia para o setor e apresentaram propostas para ampliar o acesso dos produtos da agricultura familiar ao mercado internacional.
Ao final do encontro, a ata com os resultados da reunião foi lida e será encaminhada aos governos das nações participantes. O documento servirá como guia de trabalho para a próxima reunião, que ocorrerá no primeiro semestre do ano que vem no Paraguai. Sob coordenação da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Reaf 2019 ocorreu entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro na cidade de Chapecó, em Santa Catarina. A reunião teve apoio da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
No último dia da programação, participantes da Reaf visitaram a unidade matriz da Cooperativa Aurora, uma das principais produtoras de suínos, aves e leite do país. A região de Chapecó é marcada pela forte presença da agricultura familiar e de grandes complexos agroindustriais. Esse foi um dos motivos que levou à escolha da cidade como sede da reunião.
A cooperativa visitada opera um sistema de produção associativista com outras 11 cooperativas, que tem mais de 60% dos agricultores familiares entre os associados.
Uma das cooperadas do sistema é a família Schenatto, do distrito de Santa Lúcia, município de Palmitos (SC). O casal João Carlos e Irma Schenatto, com a ajuda de dois filhos, produz suínos, frango de corte e cultiva grãos, de onde vem a renda da família.
João Carlos conta que desde que assumiu a propriedade da família fez vários investimentos em tecnologia para melhorar a produção. E os resultados melhoraram ainda mais depois que se associou a uma das cooperativas.
“Não era fácil vender, mas depois da integração melhorou muito para nós, porque agora você tem venda certa”, contou. “Depois que veio o cooperativismo, a gente começou a trabalhar mais organizado e ter mais lucro com a propriedade. O nosso rendimento aumentou bastante, principalmente na avicultura”, completou o filho Lairton Schenatto.
A família Gasparin, que produz suínos no município de Caibi (SC), também viu a produção e a renda crescerem depois que se filiou ao sistema cooperativista. Arnildo Gasparin trabalha com a esposa, dois filhos e dois funcionários em uma granja que funciona como Unidade Produtora de Leitão (UPL).
A suinocultura já era praticada por gerações anteriores. O cuidado com os leitões torna a rotina da família bem puxada, mas o esforço tem trazido bom retorno. De dez fêmeas matrizes, a família passou nos últimos anos para mais de 350. A família hoje está na fase de consolidação de 600 matrizes.
“A integração com o cooperativismo é uma garantia para a gente permanecer na agricultura. A cooperativa acaba sendo um apoio para a pequena família. Passamos a trabalhar em um sistema que, independentemente do momento em que o mercado vive na questão de preços, a gente tem uma garantia. Nós temos uma segurança de sermos remunerados pelo nosso trabalho”, disse Arnildo Gasparin.
Crescimento
O grupo da Reaf foi recebido pelo presidente da empresa, Mário Lanznaster, que, junto com outros gestores, apresentou a história e os principais números: emprego de cerca de 100 mil famílias, mais de 800 produtos industrializados no mercado e faturamento aproximado de R$ 20 bilhões no último ano. Da produção de suínos, carro-chefe, mais de 50% vão para o mercado internacional, principalmente países asiáticos, como China, Singapura e Japão.
Mais da metade dos produtores associados têm a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e acessam recursos da política pública.
O secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, destacou que a experiência mostra como o cooperativismo é importante e pode gerar resultados expressivos de geração de renda e qualidade de vida a médio e longo prazo.
“É um modelo que tem três vertentes de desenvolvimento rural: crédito, assistência técnica e acesso aos mercados por meio do sistema cooperativista. Este é um sistema importante que mostra que é possível manter os pequenos produtores agricultores, que recebem crédito e assistência e se mantêm conectados ao mercado nacional ou internacional. A Reaf também tem o objetivo de mostrar essas famílias que estão espalhadas pelo Brasil e produzindo para alimentar o mundo”, declarou Schwanke.
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Débora Brito
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