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Processo de transferência de tecnologia teve início em 2016 e terminou em dezembro de 2018
Tecnologia absorvida do SGDC-1 potencializa desenvolvimento de produtos que podem ser comercializados globalmente
Todos os subsistemas espaciais atuais, e em especial os embarcados, fazem uso de circuitos integrados programáveis. Essas tecnologias são chamadas ASIC e FGPA, e concedem soluções avançadas, de alta velocidade e viabilidade.
A empresa AEL Sistemas foi selecionada, com o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), para participar do plano de absorção e transferência de tecnologia espacial para a indústria brasileira, no âmbito do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1), cujo lançamento ocorreu em 2017.
A AEL foi uma das seis empresas brasileiras selecionadas, por meio de edital de seleção pública do MCTI/AEB/Finep/FNDCT. No caso específico, o objetivo foi a execução de projeto de tecnologia de componentes FPGA e ASIC para aplicações espaciais embarcadas. De acordo com o Diretor de Tecnologia da AEL, Marcos Arend, “o domínio dos processos absorvidos viabiliza, pela primeira vez no Brasil, o desenvolvimento de soluções espaciais certificadas e verificadas, de acordo com os padrões estabelecidos pela Agência Espacial Europeia (ESA) e a Americana (NASA)”, afirmou.
O Acordo de Transferência de Tecnologia Espacial (ToT), firmado entre a AEB a empresa Thales Alenia Space (TAS), com o apoio do MCTI e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), iniciou-se em 2015 e, desde então, possibilitou o fortalecimento da competência técnica de empresas nacionais no desenvolvimento e fornecimento de soluções, produtos e serviços espaciais.
No caso da AEL, o processo auxiliou na definição de Regras de Design, utilização e seleção de ferramentas de desenvolvimento, padrões ( standards ) de aquisição para garantia de qualidade do produto e confiabilidade de componentes, avaliação e seleção de componentes COTS, ambiente de radiação e processo de FGPA e ASIC para aplicação espacial.
O processo de ToT das tecnologias de ASIC e FGPA para a AEL teve início em 2016. Dois engenheiros da empresa participaram de um treinamento teórico na TAS, em Toulouse, na França. A prova de conceito, na qual a AEL desenvolveu um modelo de voo real em FGPA de aplicação espacial, com suporte da TAS, teve início em janeiro de 2018 e terminou em dezembro do mesmo ano.
Foto: Funcionária da AEL gravando FPGA na TAS
As seis empresas nacionais selecionadas para participar do plano de absorção e transferência das tecnologias do SGDC-1 foram AEL Sistemas, CENIC Engenharia, Equatorial Sistemas, Fibraforte, Opto S&D e Orbital Engenharia. Os resultados e realizações dessas outras empresas no marco do Acordo de ToT entre a AEB e a TAS vêm sendo apresentados por meio de uma série de matérias publicadas nos canais de comunicação da AEB.
De acordo com o presidente da AEB, Carlos Moura, “os programas espaciais têm se caracterizado pela cooperação internacional. É uma forma de compartilhar recursos e melhor enfrentar os riscos. Quando, nesse processo, ainda se conseguem estabelecer transferências de tecnologia, principalmente com o engajamento de equipes em atividades concretas, produtivas, as parcerias e os avanços se tornam muito mais efetivos”, declarou.
Sobre a AEL Sistemas
A AEL tem mais de 30 anos de experiência no segmento espacial, já tendo desenvolvido, produzido e testado diversos subsistemas espaciais, qualificados e verificados em voo por diversas missões LEO. Possui duas salas limpas classe 10.000, linha de produção verticalizada classe III (MIL-STD) e processos acreditados por inspetores da ESA.
Sobre o SGDC-1
O SGDC-1 fornece cobertura de serviços de internet a 100% do território nacional de forma a promover a inclusão digital para todos os cidadãos, além de fornecer um meio seguro e soberano para as comunicações estratégicas do Governo Federal. O satélite opera nas bandas X e Ka, destinadas respectivamente ao uso de comunicações de defesa – que representa 30% da capacidade do equipamento – e ao uso cívico social, provendo banda larga às regiões mais remotas do Brasil, principalmente no norte e nordeste – que corresponde a 70% da capacidade.
Hoje o satélite brasileiro provê conexão em banda larga para mais de 9 mil escolas, com mais de 12.500 pontos instalados, beneficiando cerca de 2,5 milhões de alunos da rede pública de ensino, áreas indígenas e Unidades Básicas de Saúde. Trata-se de um exemplo concreto de como os sistemas espaciais são ferramenta para integração e diminuição de desigualdades na sociedade brasileira.
Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira é uma autarquia vinculada ao MCTI, responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.
Coordenação de Comunicação Social