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SATÉLITES REGISTRAM RECORDE DE QUEIMADAS EM DOIS MESES
Brasília, 13 de março de 2015 – O país registrou nos dois primeiros meses do ano 6.948 focos de incêndio. Trata-se do maior número de queimadas já registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em janeiro e fevereiro desde 1999, quando os satélites começaram a captar os focos de calor pelo país ao longo de todo o ano.
O número do ano é 66% maior que o verificado em 2014 (que teve 4.182 focos) e quase 100% superior à média histórica para o período.
Responsável pelo monitoramento de queimadas, o pesquisador Alberto Setzer, do Inpe, diz que a alta pode ter relação com o aumento da taxa de desmatamento na Amazônia Legal. A taxa de desflorestamento (corte raso) aumentou 40% entre novembro de 2014 e janeiro de 2015 em relação ao mesmo trimestre de 2014, segundo o Inpe.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) nega esta relação e afirma que tem reforçado o monitoramento. O Mato Grosso é um dos maiores responsáveis pela estatística com o registro de 1.502 focos nos dois primeiros meses do ano (mais de 1/5 de todos os registros). Pará, com 833, e Roraima, com 748, aparecem logo atrás.
Maranhão é o quarto que mais registrou queimadas, com 589 focos, seguido de Bahia, com 399, e Mato Grosso do Sul, com 374 pontos de calor.
Avaliação – De acordo com Setzer, ainda é cedo para avaliar se o restante de 2015 seguirá a tendência do primeiro bimestre. Ele alega que uma das causas prováveis do aumento das queimadas é o maior desmatamento da Amazônia Legal.
Dados do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), também divulgados pelo Inpe, contabilizaram aumento de 40% do corte raso (desflorestamento total) no bioma entre novembro de 2014 e janeiro de 2015 em relação ao mesmo trimestre anterior.
“O crescimento de focos na região amazônica corresponde à elevação do desmate, já que o fogo é utilizado para eliminar as árvores”, explica Setzer.
Ele afirma que todas as queimadas registradas são resultantes da atividade humana, alegando que menos de 0,1% dos incêndios ocorrem por causas naturais, número considerado por ele como “desprezível”.
O Ibama nega aumento do desmatamento na Amazônia Legal, alegando que os dados divulgados recentemente, o Deter, não são usados como medida, já que são gerados em imagens de baixa resolução.
(Fonte: G1)