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REPRESENTANTES DA AEB VISITAM USINA MINIUSINA DE DIVINA PASTORA
Na última quinta-feira, 3, integrantes da AEB estiveram em Divina Pastora, município situado a 39 quilômetros de Aracaju (SE) para conhecer uma miniusina de produção de etanol contruída na cidade para absorver a produção de cerca de 80 famílias assentadas e transformar a matéria-prima em combustível para veículos das frotas do poder público municipal e de uma cooperativa de táxi.
“Uma das metas do Programa Espacial é promover melhorias na qualidade de vida da população de Alcântara. Temos comunidades que foram deslocadas em função da implantação dos sítios de lançamento, evidentemente que, com todo o suporte do Governo Federal, foram construídas agrovilas, residências, só que o tempo passou, essas comunidades cresceram e a região necessita de um desenvolvimento sustentável. Você não tem em Alcântara, por exemplo, coleta seletiva. Neste cenário, uma usina de etanol vai trazer benefícios econômicos e sociais, é uma atividade necessária e que nós encontramos a oportunidade de fazer junto com o ITP”, afirma Nilo Andrade, diretor de licenciamentos da Agência Espacial Brasileira.
A miniusina de produção de etanol funcionará fora do Centro de Lançamento de Alcântara e será gerida pela população. “Toda matéria-prima produzida pelo CLA, outros centros instalados, pelo município e cidades vizinhas vai gerar subprodutos para o beneficiamento da comunidade. Além do etanol, temos também uma usina de produção de tijolos para construção civil. A fabricação será gerida pela cooperativa da comunidade, que vai fazer a aplicação e distribuição do que for produzido”, explica Nilo.
TRATAMENTO DE RESÍDUOS
O Instituto de Tecnologia Pesquisa desenvolve hoje uma série de projetos para geração de emprego e renda em Divina Pastora, como a criação de hortas comunitárias e a construção de casas de taipa com material reciclável. Ainda em fase de concepção, o Centro de Tratamento de Resíduos para geração de energia também será aplicado pela Agência Espacial Brasileira na cidade de Alcântara. “Por meio da biodigestão anaeróbia de compostos orgânicos, temos a possibilidade de aproveitar ao máximo os materiais recicláveis, minimizar a área de aterro e recuperar biogás, o que deve gerar em torno de 0,3 megawatts de potência instalada. Isso daria para abastecer cerca de 30% da necessidade de consumo do município de Divina Pastora”, mensura Geraldo Viana.
O diretor administrativo e financeiro do ITP, Cleverton Santa Rita, ressalta que a parceria com a AEB para o desenvolvimento sustentável é pioneira no País. “Não há nada funcionando de forma integrada no Brasil. O modelo envolve muitas áreas do conhecimento, pressupõe interação entre pesquisadores e técnicos de Sergipe e do Maranhão”, comenta.
O presidente do Instituto de Tecnologia e Pesquisa, Temisson José dos Santos, ressalta a importância dos projetos de cunho social. “A ideia é de transferência de tecnologia, ou seja, sair da bancada dos nossos laboratórios e aplicar a inteligência dos nossos pesquisadores, os resultados dos estudos fora do ITP. Este é um dos nossos grandes objetivos e também um anseio da sociedade, que quer ver onde e como está sendo aplicado o dinheiro que o poder público investe para o financiamento de uma pesquisa”, afirma. Segundo Temisson, outros municípios sergipanos já começam a demonstrar interesse nos projetos. “Fizemos rodadas de negociação com prefeitos que estão com visita marcada em Divina Pastora para ver, por exemplo, a miniusina funcionando”.