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QUEDA DE NAVES ESPACIAIS É EVENTO RARO, DIZ DIRETOR DA AEB
Foto: Valdivino Jr/AEB – O diretor da AEB Carlos Gurgel.
Brasília, 11 de maio de 2015 – A nave russa Progress M-27M reentrou na atmosfera na noite de quinta-feira (7). Segundo o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad), dos Estados Unidos, ela se desintegrou no atrito com a atmosfera terrestre.
A nave se desintegrou às 23h20, hora de Brasília. Já a Agência Espacial Russa (Roscosmos) disse que a destruição da nave ocorreu sobre o Oceano Pacífico, às 23h04, horário de Brasília.
O diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Gurgel, explica que o modelo da nave é projetado para se desintegrar no retorno a Terra, a chamada entrada controlada.
“É muito improvável um pedaço maior ‘sobreviver’ a esse momento de reentrada, em que o atrito com o ar gera pressão e temperaturas altíssimas. O material estrutural das naves, embora pareça robusto, é muito leve”, comenta Gurgel. A unidade levava suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS) e perdeu contato com o centro de controle.
“O transporte de suprimentos para a ISS é um procedimento corriqueiro”, diz. “Há astronautas que permanentemente ocupam a Estação. Eles precisam de água, oxigênio e alimentos. Além disso, é um trabalho muito voltado à realização de experimentos, que precisam ser levados para lá.”
Além da Rússia, Estados Unidos e Japão enviam regularmente cargueiros ao espaço. Essas missões, ao retornar, trazem o lixo gerado na ISS.
Testes – Segundo o diretor, missões como a da M-27M envolvem uma grande quantidade de testes prévios e seu nível de confiabilidade (a probabilidade de sucesso) costuma ficar acima de 99%.
“As informações, ainda não conclusivas, são de que ocorreu uma falha no último estágio de desacoplamento do foguete e o motor funcionou 1,34 segundo a mais do que deveria, o que ocasionou o movimento de giro, impedindo a nave de atingir a órbita necessária para se acoplar à ISS, que está a cerca de 400 quilômetros de altitude”, comenta.
“Teria ocorrido também uma falha na telemetria, que impediu o centro de controle da missão, na Rússia, de mandar sinais corretivos para a nave, que, em tese, estava intacta [no momento em que a missão deu errado].” A entrevista foi concedida na tarde de 7 de maio, antes da queda dda nava.
O diretor da AEB lembra que, em casos como esse, forma-se um comitê para apurar as causas do fracasso da operação e evitar que os problemas se repitam.
Assista aqui a entrevista: https://goo.gl/VkW2vb
Fonte: MCTI