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PROJETO VISA A AMPLIAR MONITORAMENTO DA AMAZÔNIA
Foto: Divulgação/EBC
Brasília, 30 de outubro de 2014 – Ampliar e aprimorar o monitoramento ambiental por satélites realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e desenvolver estudos sobre os usos e a cobertura da terra na Amazônia brasileira. Esse é o objetivo do projeto Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia, anunciado ontem (29) pelos ministros Clelio Campolina Diniz, da Ciência, Tecnologia e Inovação, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
O contrato de colaboração financeira não reembolsável no valor de R$ 67 milhões, para o período de três anos e meio, foi firmado entre o Inpe – com a sua instituição de apoio, a Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologias Espacias (Funcate) – e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pela gestão do Fundo Amazônia.
Além do diretor do Inpe, Leonel Perondi, participaram da assinatura o diretor de Infraestrutura Social do BNDES, Guilherme Lacerda, e o presidente da Funcate, Luiz Carlos Miranda.
Incluem-se no projeto ações como o mapeamento do uso e cobertura da terra na Amazônia Legal; o aprimoramento de software; melhoria dos serviços de recepção, distribuição e uso das imagens de sensoriamento remoto; aprimoramento do monitoramento de focos de queimadas e incêndios florestais; estudo das trajetórias de padrões e processos na caracterização de dinâmicas do desmatamento da Amazônia; disponibilização de ferramentas de modelagem de mudanças de uso da terra; e melhoria dos métodos de estimativa de biomassa e de modelos de emissões por mudanças de uso da terra.
Unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Inpe tem como missão produzir ciência e tecnologia nas áreas espacial e do ambiente terrestre. A instituição é responsável pela condução do programa de monitoramento ambiental da Amazônia, que produz dados sistemáticos sobre o desmatamento e a degradação florestal na região. Esses dados estão dentre as principais fontes de informação para a tomada de decisão em relação às políticas de combate ao desmatamento no bioma amazônico.
O diretor Perondi, lembrou que a unidade se tornou referência na área de meteorologia científica na América Latina e que o projeto, voltado para o campo da observação da terra, possibilitará o desenvolvimento de ações estruturantes para melhorar a eficácia e a eficiência dos sistemas, a modernização de infraestrutura e criação de uma nova geração de sistemas com impacto em toda a cadeia desde a pesquisa básica à aplicada. “Isso permitirá uma via expressa no desenvolvimento de novos conhecimentos científicos e também no incremento das aplicações que atendem essa área da gestão ambiental no Brasil”, ressaltou.
Plano – O ministro Campolina destacou a qualificação técnico-científica do Inpe e a importância do projeto para se ter uma melhor condição de acompanhamento, monitoramento e controle da região. “Agora é usar tudo isso para aumentar o nosso conhecimento e preparar um plano de desenvolvimento para a Amazônia de médio e longo prazo que seja capaz, por meio de uma revolução técnico-científica, identificar um padrão produtivo que possa aproveitar a biodiversidade sem destruí-la e com um projeto de alcance econômico e social”, disse.
“Não se faz isso sem conhecimento, sem informação técnico-científica sem instituições robustas do ponto de vista do conhecimento e da sua missão institucional para dar respostas à sociedade local como também globalmente”, observou a ministra Izabella Teixeira. “Devemos evoluir na captação de novos recursos para o desenvolvimento de novas ferramentas de natureza tecnológica de tal maneira que o país tenha o protagonismo também na inovação tecnológica”, acrescentou.
Com esse projeto, a carteira do Fundo Amazônia soma 67 iniciativas apoiadas, totalizando R$ 1 bilhão, com volume desembolsado de R$ 372 milhões. Todos os projetos apoiados estão alinhados ao objetivo geral do fundo, de redução do desmatamento com desenvolvimento sustentável.
Código – O Inpe disponibilizou o código fonte do Inpe-EM (Emission Model), um sistema que apresenta estimativas anuais de emissões de gases do efeito estufa (GEE) por mudanças de cobertura da terra no Brasil de modo espacialmente explícito.
“Decidimos disponibilizar uma versão inicial do código para download, dado o interesse na utilização e adaptação do modelo. Estamos iniciando um projeto, financiado pelo BNDES e pelo Fundo Amazônia, que permitirá a contratação de equipe dedicada à produção de documentação e material de treinamento, assim como suporte a usuários. Mas a versão atual está robusta o suficiente para ser compartilhada”, informa a pesquisadora Ana Paula Aguiar, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do instituto.
Desde 2012 são apresentadas estimativas de primeira ordem (que supõe de modo simplificado que 100% das emissões ocorram no momento da mudança de uso/cobertura) e de segunda ordem (que buscam representar o processo gradativo de liberação e absorção do carbono como ocorre de fato).
Além das emissões brutas relacionadas ao corte raso, o sistema estima emissões líquidas, que consideram a dinâmica de crescimento/corte da vegetação secundária. Os resultados indicam um aumento da influência do crescimento da vegetação secundária no balanço de carbono da região, decorrente da diminuição da área de floresta primária desmatada na última década e manutenção da área de vegetação secundária. Leia mais.
Fonte: MCTI