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Programa Globe da Nasa no Brasil capacita professores para desenvolver pesquisas em sala de aula
Professores conhecem métodos e técnicas para desenvolver pesquisas científicas.
Professores das redes pública e particular de ensino do Distrito Federal tiveram uma experiência inovadora, na última segunda-feira (24.09), promovida pela Agência Espacial Brasileira (AEB) no workshop Espaço Atmosfera e Mosquito, do programa Globe da Nasa no Brasil. Eles aprenderam as técnicas e métodos de pesquisas científicas que evidenciam a relação das mudanças climáticas e o aumento da proliferação do mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue, zica, malária e chikungunya. Todo esse conhecimento será repassado a alunos e professores das escolas participantes.
Durante as atividades, realizadas no Planetário de Brasília, os 30 professores foram capacitados para coletar e analisar dados específicos dos protocolos de Atmosfera e Mosquito do Globe. Eles também receberam informações sobre pesquisas científicas associadas à medição de dados ambientais, além de orientações sobre a inserção do programa nas atividades escolares.
No workshop, os professores conheceram os protocolos Atmosfera e Mosquito, aprenderam a identificar os três gêneros do mosquito, receberam informações dos fatores que interferem no clico de vida do inseto e compreenderam a importância da pesquisa.
Todas as atividades tinham o propósito de ensinar, prever e controlar surtos de doenças e também utilizar o Globe Observer, um aplicativo para cientistas e cidadãos que desejam aprender e trabalhar juntos em observações regulares sobre o ambiente, trocando informações referentes à mudança do clima.Tanto as atividades teóricas como as práticas foram orientadas pelos master trainers do Globe no Brasil, o professor da Escola Técnica de Brasília, Izaías Cabral, e a professora da Escola Municipal Minas Gerais, do Rio de Janeiro, Inês Mauad.
Experiência e aprendizado
Segundo o professor Alexandre David Zeitune, do Centro de Ensino Fundamental 08 de Sobradinho, que trabalha com estudantes com altas habilidades e superdotação, a participação no workshop trouxe conhecimento e o ajudou a compreender as diferenças entre as três larvas do mosquito, informação essencial, já que ele desenvolve com seus alunos alguns projetos para combater o mosquito Aedes Aegypti.
“As atividades do Globe ampliaram meus conhecimentos e despertaram ainda mais o interesse pelos protocolos, pois tenho um projeto com os alunos, em Sobradinho 2, em que pretendo levantar informações sobre o mosquito na região, local propício para a proliferação do inseto. Na escola em que trabalho há um aluno que está desenvolvendo um aplicativo que vai ajudar a identificar ou até mesmo combater os focos das larvas. Outro aluno está criando uma armadilha para eletrificar a água e matar as larvas do mosquito”, explicou o professor Alexandre.
A professora de Ciências, do Centro Educacional Leonardo da Vinci, Suzana Souza Guedes já participou do workshop do Globe e quando soube dessa edição em Brasília não hesitou em se envolver novamente, pois para ela o evento é uma fonte de aprendizado que a mantém informada sobre as ações do programa, hoje inseridas nas atividades educacionais da escola.
“No colégio temos vários projetos relacionados ao Programa Globe, um deles é um estudo com a participação da população no controle do mosquito, no qual investigamos se as pessoas do nosso convívio sabem se prevenir contra o Aedes Aegypti. Por meio de entrevistas e investigações, constatamos que as pessoas com alta escolaridade e maior poder aquisitivo são as mais esclarecidas no que se refere a problemas causados pelo mosquito. O estudo mostrou ainda que a propagação do mosquito está relacionada à desigualdade social, ou seja, se queremos combater a proliferação desse inseto precisamos resolver antes de tudo a desigualdade social”, afirmou a professora Suzana.
Globe
O Globe é um programa de Educação e Ciência Ambiental da Agência Espacial Norte Americana (Nasa) com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB) e outras agências espaciais. O programa tem como objetivo envolver cidadãos na investigação e proteção da Terra por meio de análise de dados.