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Programa Globe capacita professores na região da tríplice fronteira
A Agência Espacial Brasileira (AEB) realizou, na primeira semana de agosto, na região da tríplice fronteira – Foz do Iguaçu (PR) Brasil, Paraguai e Argentina — o workshop “Envolvendo cidadãos no prognóstico e na observação de arboviroses”, do programa Globe. O encontro contou com a participação de autoridades das áreas de saúde e educação, e teve como principal objetivo reforçar o papel da ciência cidadã na coleta de dados sobre mosquitos, além de capacitar professores e promover a cooperação entre os três países. O workshop aconteceu na Usina Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu.
Com um público de aproximadamente cem pessoas, o encontro conjugou palestras e atividades práticas voltadas à observação e identificação de gênero das larvas dos mosquitos. Profissionais do Centro de Controle de Zoonoses de Foz do Iguaçu buscaram criar sinergias com os professores interessados em utilizar o protocolo Globe em sala de aula, e especialistas explicaram o impacto das mudanças climáticas na proliferação de mosquitos, bem como a necessidade de coordenar esforços a fim de identificar e prevenir epidemias do vírus Zika e outras arboviroses.
A coordenadora geral do Globe, na Argentina, professora Marta Kingsland, participou por videoconferência, apresentando os resultados do programa em nível local e internacional, e enriquecendo sua intervenção com dados das atividades desenvolvidas pelas escolas do país argentino. Na sequência, a representante do Paraguai, dra. Antonieta Rojas, explicou a epidemiologia dos mosquitos. A coordenadora adjunta do Globe Brasil, dra. Nádia Sacenco, ressaltou os benefícios de aplicações espaciais, como imagens de satélites, na construção de um mapa global de possíveis focos de vetores como o Aedes aegypti, por exemplo.
Durante as atividades práticas, os participantes familiarizaram-se com o aplicativo Globe Mosquito Habitat Mapper, um protocolo que pode ser utilizado gratuitamente em celulares e tablets, auxiliando na identificação e observação de larvas e criadouros de mosquitos. Entusiasmada com a oportunidade de trabalhar com uma agenda propositiva em âmbito Sul-Sul, dra. Sacenco registrou a importância de se motivar professores e estudantes a participarem de pesquisas desde o ensino básico, destacando o caráter interdisciplinar da iniciativa e o poder de despertar a curiosidade científica em crianças, jovens e adultos.
Globe no Brasil
Criado em 1994, o Globe é um programa de educação e ciência ambiental patrocinado pela Agência Espacial Americana (Nasa) com apoio de agências espaciais e instituições educacionais em mais de 120 países. Por meio de análise de dados coletados, o Globe ajuda a criar uma comunidade de professores, estudantes e cidadãos, contribuindo para maior compreensão do meio ambiente e para a formação científica dos agentes envolvidos.
Acordo entre a AEB e a Nasa viabilizou a implementação do programa no Brasil desde 2015. O País é uma região fundamental para os estudos ambientais em virtude da grande diversidade e do extenso território, além de sua atuação no âmbito do Globe ter significativo impacto na condução de pesquisas relacionadas às mudanças climáticas em todo o mundo.