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Programa Globe-Brasil capacita professores de escolas públicas em Recife
A Agência Espacial Brasileira (AEB) capacitou na segunda-feira (12.08), no Recife, por meio do programa de educação ambiental Globe-Nasa no Brasil, um grupo de 32 professores de escolas públicas de Pernambuco, sendo 20 de ensino médio e 12 de ensino fundamental. Todos os professores irão trabalhar em sala de aula com educação ambiental.
O workshop “Envolvendo cidadãos no prognóstico e na observação de doenças transmitidas por mosquitos” foi ministrado pela professora Inês Mauad, que ensinou aos alunos como fazer análises e identificar larvas do mosquito. Os professores também foram a campo para coletar larvas e identificar possíveis criadouros do mosquito, utilizando o aplicativo Globe Observer.
O professor de Química, Moisés Mendonça, da Escola Professor Leal de Barros, no Engenho do Meio, zona oeste do Recife foi um dos capacitados e afirmou usar em sala de aula todas as técnicas aprendidas. Ele disse que desde 2006 faz armadilhas para mosquitos com garrafa PET, mas com os ensinamentos e orientação mais concreta vai incentivar seus alunos a fazerem pesquisa. Para ele, os alunos sentirão mais estimulados em fazer parte de uma pesquisa internacional.
No workshop, após as atividades de coleta, os professores analisaram as amostras no microscópio e aprenderam a identificar as larvas do mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. O grupo também recebeu orientações sobre o processo de inserção de dados ambientais na plataforma online do Globe, além de discutir os projetos que envolvem as comunidades nos protocolos de atmosfera e uso do aplicativo em iniciativas que buscam impedir a proliferação do mosquito e das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti.
Democratização da ciência
A analista em ciência e tecnologia da AEB, Nádia Sacenco, ressaltou que o objetivo da formação é oferecer subsídios aos professores para que eles sejam multiplicadores locais do programa. “O nosso objetivo é mostrar que todos podem ser cientistas. A ideia é democratizar a ciência e melhorar a autoestima dos estudantes, fazendo com que eles percebam que são capazes de produzir ciência. O Globe trabalha com o conceito de ciência cidadã, que parte do pressuposto de que a escola também é um lugar para se fazer pesquisa”, pontuou.
Estudos realizados em vários países comprovam que o rendimento dos estudantes melhora quando eles entendem que o que estão estudando tem um impacto social. “A gente aprende mais e melhor quando nos relacionamos emocionalmente com o que estamos estudando, então se zika é um problema na minha comunidade, faz mais sentido estudar como resolver esse problema do que outro assunto que não vejo necessidade”, destacou a tecnologista da AEB Amélia Onohara.
A formação estimula a aprendizagem baseada em problemas, internacionalmente conhecida como Project Based Learning (PBL), que tem o objetivo de fazer com que os estudantes aprendam por meio da resolução colaborativa de desafios. São explorados desafios dentro de um contexto específico de aprendizado, que pode utilizar a tecnologia ou não, contanto que a atividade os incentive a investigar, refletir, desenvolver senso crítico e solucionar questões.
Um dos principais desafios do Globe, de acordo com Nádia, é a tradução da plataforma Globe. A maior parte do conteúdo está disponível apenas em inglês. O material relacionado a mosquito, porém, já foi traduzido para o português. O cônsul de Diplomacia Pública Daniel Stewart enfatizou que os objetivos do programa dialogam com as prioridades do Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife, que apoiou o evento. “Eles promovem três aspectos importantes para nós: mais educação, mais intercâmbio e oportunidades e maior inclusão do inglês nas rotinas escolares”, enumerou.
O programa da Nasa criado em 1995 é formado atualmente por 34 mil escolas de mais de 120 países. Cerca de 165 milhões de dados estão no Globe e podem ser usados por pesquisadores e estudantes de todo o mundo.
Coordenação de Comunicação Social – CCS