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PRESIDENTE DA AEB MINISTRA PALESTRA NA LAAD 2011
O Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) foi tema de palestra ministrada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, nesta sexta-feira, no III Seminário de Defesa na Laad 2011.
Raupp começou sua palestra dizendo que o Programa Espacial Brasileira é voltado para a solução de problemas nacionais e que deve ser autônomo. Para isso, é necessário que a indústria nacional seja capacitada. “Precisamos de uma indústria de alta capacitação tecnológica e de mão-de-obra qualificada”, afirmou o presidente. Ele disse que enquanto a Europa emprega 28 mil técnicos e os Estados Unidos 70 mil, o Brasil tem apenas três mil trabalhando na área.
“O Brasil tem vocação espacial”, disse o presidente. Segundo ele, o País é grande e a visão a partir de um satélite é essencial para a observação do território. “Com satélites poderemos, por exemplo, explorar o território Amazônico sem danificá-lo”, afirmou Raupp. Além da observação terrestre, as demandas concretas do Programa Espacial Brasileiro são a criação do Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres e o apoio à Estratégia Nacional de Defesa, o monitoramento ambiental e a segurança alimentar e hídrica. “Com a avaliação crítica do Programa Nacional de Atividades Espaciais que está sendo realizada este ano, surgirão outras demandas” afirmou Raupp.
Para suprir às demandas, será lançado no próximo ano o quarto Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers). Além disso, há um projeto com a Argentina para o desenvolvimento do Sabia-Mar, satélite destinado à observação global dos oceanos e ao monitoramento do Atlântico nas proximidades do Brasil e da Argentina. Existem, também, projetos para a construção de outros satélites, como o Mapsar e o satélite Geoestacionário Brasileiro. No entanto, Raupp acredita que além de suprir às demandas é necessário que prazos e custos sejam respeitados.
Para que o Brasil possa lançar satélites, o projeto do Veículo Lançador de Satélites (VLS) foi revisto e o primeiro voo de teste do foguete será ano que vem. Há, também, a binacional Alcantara Cyclone Space (ACS), que realizaará lançamentos a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. “Temos a geografia a nosso favor”, disse Raupp lembrando que o Brasil tem a melhor posição do mundo para lançar foguetes.
Raupp defendeu, durante a palestra, a criação de uma empresa integradora do programa espacial. “A Índia é um país em desenvolvimento como nós e tem uma desde 1992”, contou o presidente.