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Pesquisador fala sobre as implicações do aumento dos detritos espaciais na órbita da Terra
“Os detritos espaciais suas implicações e aspectos jurídicos” foi o tema da palestra ministrada na última segunda-feira (26.11), pelo pesquisador e professor de Engenharia e Tecnologia Espacial, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Marcelo Lopes de Oliveira e Souza, para os servidores da Agência Espacial Brasileira (AEB), em Brasília (DF).
“Os detritos espaciais são objetos artificiais que não possuem utilidade e estão na órbita da Terra, como por exemplo, satélites desativados ou desintegrados, fragmentos de foguetes ou até mesmo ferramentas e instrumentos utilizados por astronautas durante missões espaciais”, explicou o professor Marcelo.
Ele apresentou os aspectos técnicos de detritos espaciais e apontou casos de projetos que buscam diminuir a quantidade desses objetos, como por exemplo, as empresas de comunicação que estão investindo em estudos para desenvolver mecanismos de acoplamento e reabastecimento de satélites desativados que possam ser reativados e colocados em operação.
O frequente registro de queda de detritos espaciais em diversas partes da Terra também foi um dos temas apresentados pelo especialista. Segundo ele, apesar de as chances serem mínimas de ocorrer, a possibilidade de um detrito espacial atingir o ser humano existe, como já aconteceu no passado, mas o risco de que um objeto caia em uma pessoa é de 1 em 3.200.
O risco de cair em uma pessoa específica, como você, é de 1 em trilhões. É mais fácil ser atingido por um raio. A única pessoa atingida, mas não ferida, por detrito espacial foi a americana Lottie Williams, no estado de Oklahoma (EUA), em 1997.
Outro aspecto importante apresentado aos servidores foi o perigo e riscos de colisões no espaço. “O risco de colisão com objetos operacionais existe e já aconteceu, devido ao longo período de tempo de permanência dos detritos espaciais em algumas faixas onde já foram lançados e continuam sendo lançados objetos a partir da Terra”, explicou Marcelo.
Legislação
Para o pesquisador, é necessário que haja maior preocupação por parte do Estado, o qual detém jurisdição e controle sobre o uso do espaço. “Embora o nosso país não produza tanto detrito espacial é preciso disciplina para que haja controle no número de lançamento de pequenos satélites”, afirmou Marcelo.
Segundo comentário do Tecnologista da AEB, Rodrigo Leonardi, em comparação com países que possuem uma atividade espacial mais intensa, o Brasil não produz tantos detritos espaciais, como por exemplo os Estados Unidos, Rússia, Europa e China, mas mesmo com uma atividade relativamente modesta é importante que o Brasil faça uso responsável do espaço e que tenha um plano de mitigação de detritos espaciais em todas as missões brasileiras.