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PESQUISA MOSTRA QUE 92% DOS BOLSISTAS DO CSF APROVAM O PROGRAMA
Brasília, 21 de outubro de 2015 – A pedido da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), o DataSenado fez uma pesquisa com bolsistas e ex-beneficiários do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) para verificar suas impressões e os ganhos que tiveram ao participar do projeto.
Foram entrevistados mais de 14 mil estudantes e a maioria avaliou o programa positivamente. Os resultados foram apresentados ontem (20) por Marcos Oliveira, diretor do DataSenado.
Dos entrevistados, 92% declararam estar satisfeitos ou muito satisfeitos com o CsF. Para 85%, a experiência de estudar no exterior foi ótima. Outros 12% avaliaram a experiência como boa. Nenhum entrevistado disse que o programa é ruim ou péssimo.
Dos participantes da pesquisa, 68% afirmaram ter tido a oportunidade de repassar o conhecimento obtido no exterior a colegas e professores e 25% disseram que não tiveram essa chance. A pesquisa será usada como fonte de informações pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) na elaboração do seu relatório com a avaliação do programa.
Essa foi a política pública escolhida pela CCT para análise neste ano. Aziz avaliará se os resultados compensam o investimento que o projeto tem representado para o governo, de mais de R$ 9,5 bilhões desde a criação, em 2011.
O senador tem se mostrado crítico ao programa. Em sua opinião, o alto custo bancado pelos cidadãos para manter um estudante no exterior não tem gerado dividendos para o conhecimento científico nem para a economia nacional. Do que se pode perceber, diz ele, o enriquecimento é pessoal e isso é pouco para justificar o gasto. “É um dos maiores programas educacionais que o Brasil já teve, mas é preciso verificar o retorno para o país”.
Lucilene Barros, representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), disse já ser perceptível o aumento de parcerias para pesquisa científica entre universidades brasileiras e estrangeiras em função do programa, inclusive com a presença de estrangeiros no Brasil.
O senador Lasier Martins (PDT-RS) questionou sobre a avaliação feita no retorno dos estudantes e ambos informaram que a mensuração sobre o nível de conhecimento obtido é de responsabilidade das universidades às quais os candidatos estão ligados.
“O CNPq analisa e emite parecer, mas não entra na questão do mérito científico, do que o estudante trouxe para o país no retorno. Quem faz isso é a universidade de origem”, informou Lucilene.
A gestora afirmou que esse é um dos aprimoramentos que já perceberam ser necessários: mais detalhamento sobre o retorno, detectado pela universidade de origem, mas também da entidade do exterior, de avaliação dos estudantes. Um trabalho mais intensivo de troca dessas informações deve ser feito, ponderou.
Adi Balbinot, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capers), lembrou que não é função do órgão avaliar o aluno e que isso está dentro da autonomia das universidades. Mas salientou que a entidade analisa o aproveitamento da disciplina e que 78% do conteúdo visto no exterior têm sido usados em nossas universidades, por créditos obrigatórios ou optativos.
Outro ponto que chama atenção é o número de estudantes que pretendem seguir carreira no exterior depois de beneficiados. A pesquisa mostrou que 24% têm essa intenção. Outros 53% afirmaram que preferem seguir carreira no Brasil.
Balbinot afirmou que todos os bolsistas, tanto do CsF quanto de outros programas de intercâmbio, são obrigados a permanecer no país pelo mesmo tempo do curso que fizeram. Quando isso não ocorre, eles são obrigados a devolver todo o custo com sua permanência. “Temos 199 bolsistas que solicitaram a suspensão do período de interstício. É R$ 1,7 milhão de devolução de recursos”, informou.
Confira a pesquisa completa no endereço: http://migre.me/rSBmg
Fonte: Jornal do Senado