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Parceria entre Brasil e China é exemplo de sucesso para o mundo
Profissionais e empresas que contribuíram com o desenvolvimento dos CBERS são homenageados pela AEB.
Os 30 anos de parceria entre Brasil e China na área de satélites de sensoriamento remoto foram comemorados por autoridades brasileiras e chinesas, profissionais e especialistas da área espacial, além de empresas que contribuíram para o desenvolvimento dos satélites Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), e também para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
A comemoração aconteceu na última sexta-feira (31.09), no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP). Durante a solenidade, a Agência Espacial Brasileira (AEB) homenageou personagens e empresas que foram imprescindíveis para essa bem-sucedida parceria, que acumula 30 anos de experiência, e tornou-se exemplo de sucesso para o mundo.
A parceria Brasil-China firmada em 1988 já desenvolveu seis satélites, cinco deles já lançados, os CBERS-1, CBERS-2, CBERS-2B, CBERS-3 e CBERS-4. O CBERS-4A encontra-se na fase de integração e teste no Laboratório do INPE, com previsão de lançamento para 2019.
Ao falar para a plateia, o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, comparou a aproximação com o país asiático como a de um casal. “Sabíamos que queríamos ficar juntos, tínhamos a fé que o relacionamento iria funcionar, disse. Com persistência, a parceria tornou-se mais do que uma parceria técnica, tornamos amigos de verdade, compartilhamos experiências valiosas”, afirmou o presidente.
“Como amigos, fomos capazes de superar todas as dificuldades que surgiram ao longo dos anos. Com todos os exemplos de sucesso, estamos confiantes que encontramos um parceiro confiável um para o outro e, como casais crescem juntos aprendemos como tirar o melhor de cada um. E é isso que explica estarmos aqui hoje. Sinto que temos uma missão: fazer a parceria CBERS durar mais 30 anos”, concluiu José Raimundo.
A parceria entre os dois países também foi elogiada pelo embaixador da China, no Brasil, Li Jinzhang, que ressaltou as dificuldades superadas pela distância e pelas diferenças culturais. O vice-diretor da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China (CASC), Wang Haibo, o diretor-geral da Administração Nacional Espacial da China (CNSA), Li Guoping e o presidente do INPE, Ricardo Galvão, ressaltaram os benefícios trazidos ao Brasil pela parceria.
Também estiveram presentes o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Elton Zacarias e o ex-ministro Marco Antônio Raupp, além de engenheiros do programa e representantes de empresas da área espacial.
Plano decenal
Na quinta-feira (30.08), um dia antes da cerimônia de comemoração, delegações chinesa e brasileira discutiram o Plano Decenal Sino-Brasileiro de Cooperação Espacial, lançado em 2013 pelos governos do Brasil e China, que atribuiu à AEB e à CNSA, a função de implementá-lo. O Plano contempla sete áreas de cooperação: tecnologia espacial, aplicações espaciais, ciências espaciais, serviços de lançamento, suporte em rastreio e controle, equipamentos espaciais e, treinamento de pessoal.
Na primeira área, a de tecnologia espacial, encontra-se a parceria CBERS, que a ela foi incorporada tendo como meta inicial o desenvolvimento do satélite CBERS-4A. Segundo informações do Diretor de Política Espacial e Investimento Estratégico da AEB, Petrônio Noronha, na reunião foram discutidos tópicos da cooperação Brasil-China, com maior ênfase nas propostas de desenvolvimento dos satélites CBERS-5 e CBERS-6, continuidade dos satélites ópticos e projeto de um satélite radar, além de pesquisa espacial junto ao INPE, na área de clima espacial.
A continuidade, na forma do projeto dos satélites CBERS-5 e 6, deverá ampliar o horizonte de cooperação entre a China e o Brasil, trazendo benefícios ainda maiores para a comunidade usuária de dados de sensoriamento remoto.