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NANOSATC-BR1 OBTÉM DADOS DO CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA
Brasília, 20 de novembro de 2014 – Dados obtidos pelo primeiro satélite científico brasileiro, o cubesat NanosatC-Br1, confirmam informações teóricas sobre o campo magnético da Terra. Lançado há cinco meses, o pequeno satélite desenvolvido em parceria pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) leva a bordo um magnetômetro, cujas informações geradas comprovam a presença da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas) e registram valores da intensidade do campo magnético condizentes aos obtidos pelos modelos da Associação Internacional de Geomagnetismo e Aeronomia (Iaga).
“Com o NanosatC-Br1 pudemos confirmar a previsão dos valores teóricos da intensidade do Campo Magnético Total da Terra, conforme previsto pelo modelo International Geomagnetic Reference Field (IGRF) da Iaga e União Internacional de Geodésia e Geofísica (IUGG)”, comemora Nelson Jorge Schuch, pesquisador do Centro Regional Sul (CRS) do Inpe, em Santa Maria (RS), e coordenador do Programa Nanosat-Br.
“Tratam-se dos primeiros dados gerados por um satélite científico brasileiro”, completa Otávio Durão, pesquisador do Inpe, que coordena atividades do projeto em São José dos Campos (SP).
Uma pré-análise científica das observações coletadas pelo magnetômetro XEN-1210 mostra uma ótima correlação dos dados em comparação com valores teóricos previstos para a intensidade do campo geomagnético para a mesma altitude com a modelagem teórica do IGRF-Iaga/IUGG. A análise dos dados é coordenada pelo pesquisador Marlos Rockenbach da Silva, do CRS.
Em breve um artigo sobre os dados obtidos será encaminhado para aprovação e publicação, em periódico científico internacional, com uma análise mais profunda das observações científicas e suas conclusões, considerando as mais de 1.500 órbitas de dados disponíveis.
Para a equipe do projeto os resultados obtidos comprovam a validade do uso de experimentos em cubesats para a investigação de fenômenos eletrodinâmicos sobre a América do Sul.
Capacitação – Lançado de uma base russa em 19 de junho, o NanosatC-Br1 transmite dados para estações em Santa Maria (RS) e São José dos Campos (SP). Leva a bordo instrumentos para o estudo de distúrbios na magnetosfera, principalmente na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, e do setor brasileiro do Eletrojato Equatorial Ionosférico.
Realizado pelo Inpe em parceria com a UFSM, a capacitação de recursos humanos para a área espacial também é objetivo do projeto do cubesat. O desenvolvimento do NanosatC-Br1 permitiu que estudantes atuassem diretamente em todas as fases para construir e colocar um satélite em órbita – desde a especificação e desenvolvimento do cubesat, até a montagem, integração, testes, lançamento, operação e recepção dos seus dados.
Mais informações: www.inpe.br/crs/nanosat
Fonte: Inpe