Missão Aldebaran-I passa mais uma fase

A missão Aldebaran-I, que vai produzir um nanossatélite em uma parceria entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), e que também conta com participação de outras instituições, como a Fundação Sousândrade, concluiu mais uma etapa do projeto: o pré-lançamento de uma sonda estratosférica. Com o apoio da equipe de meteorologia do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), foi lançado um balão estratosférico conduzindo um experimento inicial para treinar os alunos da equipe de rastreamento e telemetria, nesta quarta (22), no setor de Meteorologia do Centro Espacial de Alcântara.

“Este lançamento foi um teste, sugerido pelo pessoal do Centro Espacial de Alcântara, para o preparo para o lançamento da sonda oficial, programado para o início de outubro”, disse o professor do Curso de Engenharia da Computação da UFMA e participante da equipe do Aldebaran, Luis Claudio de Oliveira Silva.

O experimento foi um sucesso e as informações coletadas servirão de base para o lançamento definitivo com uma carga útil que deverá realizar diversas medições na estratosfera terrestre, incluindo dados sobre o ozônio. No lançamento oficial, o balão carregará experimentos científicos e irá tirar uma foto do espaço.

“A importância do lançamento foi a aproximação do CLA com a UFMA, que estão celebrando um convênio de colaboração entre os dois, junto com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Isso vai favorecer o trabalho de pesquisa e cooperação entre os dois órgãos”, disse o tenente-coronel Rogério Moreira Cazo, chefe do escritório de projetos do CLA.

No lançamento, também estavam presentes o diretor do CLA, o coronel aviador Marcello Correa de Souza, o coordenador-geral do projeto Aldebaran-I, Carlos Brito, que também é coordenador da graduação em Engenharia Aeroespacial da UFMA, e José de Ribamar Braga Junior, membro da equipe Aldebaran-I.

Como existe a possibilidade de não recuperação da sonda, o teste serviu para testar um tipo de sinal de rádio conhecido como LoRa, derivado da expressão “Long Range”, que em português significa longo alcance. Essa é uma tecnologia de comunicação sem fio, funciona através de rádio frequência e pode alcançar de alguns quilômetros até dezenas de quilômetros de distância. Esse tipo de sinal de rádio tem um padrão de transmissão que o torna mais imune à interferência a ruídos e ao efeito doppler , que é a alteração da frequência sonora percebida pelo observador, em virtude do movimento relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte e esse observador.

O sinal é muito usado em redes de Internet das Coisas (IoT) e ultimamente vem sendo usado em CubeSats. O experimento teve o objetivo de fazer a telemetria dos dados, ou seja, a comunicação com monitoramento e coleta e armazenamento de dados.

O Aldebaran-I é um nanossatélite no padrão CubeSat, de 1U (10x10x10cm), que integrará os subsistemas ou módulos responsáveis por garantir seu pleno funcionamento e o cumprimento da missão para a qual foi designado. O satélite será composto por subsistemas de telecomunicações de serviço (TT&C), computador de bordo (C&DH), subsistema de potência e energia (EPS) e seis painéis solares, além de um controle de atitude passivo feito por duas barras de histerese alojadas na estrutura do CubeSat.

Inovador no território brasileiro, o CubeSat irá prestar auxílio na busca de pequenas embarcações, no caso de ficarem à deriva após se perderem em alto-mar. Os serviços providos pelo satélite serão capazes de diminuir o tempo de resgate, além de proporcionar o desenvolvimento de pesquisa e inovação. O Aldebaran-I também possui a função de mapear zonas de queimadas.

Sobre a AEB

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Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

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