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MARCOS PONTES FALA A ESTUDANTES DA IV JORNADA ESPACIAL NO IAE
O que seria da vida humana caso os cerca de cinco mil satélites em órbita da terra fossem desligados? Uma dimensão dos resultados desse acontecimento foi avaliada pelo servidor do Instituto Aeronáutica e Espaço (IAE), doutor José Bezerra Pessoa Filho, na palestra “Os Benefícios da Era Espacial”, nesta quarta-feira, no auditório de Eletrônica do IAE.
O prejuízo se estenderia a áreas como a da telecomunicação, em que não teríamos mais o acesso eficiente a informações bancárias, de previsão do tempo ou mesmo àquela tão esperada partida de futebol. Por outro lado, ofereceria uma dimensão dos inúmeros benefícios conquistados desde o início da Era Espacial, com o lançamento do Sputnik, em 1957.
Os resultados da ação humana com a corrida ao espaço permitiram, dentre outros, o uso da energia nuclear para o abastecimento dos equipamentos de TI da atualidade e, possivelmente, viabilizará a sua utilização futura. A visão ampla do Planeta Terra para a captação de dados de grande valor para a sociedade, por meio dos satélites geoestacionários, para o controle do desmatamento da região amazônica, é um outro exemplo.
Posicionados simetricamente ao redor da órbita da Terra e próximos à linha do Equador, os cerca de 950 satélites geoestacionários, no entanto, encontram-se em órbita já saturada, mostrando que, ao lado das conquistas, encontram-se os desafios dessa tão incipiente área.
Para as mais recentes pesquisas espaciais, a mais recente tentativa diz respeito ao envio de satélites para fora do Sistema Solar, a ser realizada possivelmente em 2014, com o lançamento dos “Novos Horizontes” para Plutão.
Na área de turismo espacial, o desafio está previsto para 2012, de modo a viabilizar os voos humanos suborbitários a um custo de 200 mil dólares. Por 25 milhões, a bordo do Soyuz, seis pessoas já viveram, por uma semana, a experiência.
Para os brasileiros, o desafio maior será a produção e o lançamento do primeiro satélite nacional. O Brasil faz uso de satélites estrangeiros, inclusive para o processamento de dados estratégicos para o país. Dentre eles, dos americanos, que totalizam mais da metade dos satélites geoestacionários, sendo 20% deles destinados à área militar.
Os desafios da atualidade, no entanto, nos remetem aos de um passado não muito longíquo. Da mesma forma que a indústria aeronáutica era viabilizada após vinte anos da criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do então CTA, o mesmo ideal deve ser vislumbrado pelos entusiastas da área espacial, desejando tão logo se concretize a indústria espacial no Brasil.
Saiba mais: VI Jornada Espacial
A abertura da VI Jornada Espacial aconteceu neste domingo, 26 de setembro, no auditório Lacaz Neto, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O evento é promovido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Nas atividades da jornada estão previstas palestras, visitas a laboratórios e oficinas, de modo a criar um ambiente propício à troca de experiências entre alunos e professores.
A palestra de abertura “O Programa Nacional de Atividades Espaciais e o Programa AEB Escola” foi proferida pelo coordenador de comercialização de centros de lançamento da AEB, senhor João José Silva Tavares.
O Programa AEB Escola, uma iniciativa da própria AEB, busca levar a temática espacial para as salas de aula, oferecendo, também, a alunos e professores do ensino fundamental e médio, a oportunidade de conhecerem o Pólo de Tecnologia Aeroespacial do país e seus agentes fomentadores, como pesquisadores e técnicos que nele atuam.
O programa, juntamente com a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), possibilitou, ao longo desses anos, a divulgação do Programa Espacial Brasileiro, antes restrito a uma pequena parcela da população.
A participação de cerca de oitocentos mil estudantes na OBA, em 2010, e de quase dez mil escolas, veio confirmar a importância nacional do evento realizado anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira, em parceria com a AEB, o INPE e o DCTA, representado pelo IAE e pelo ITA.
Na VI Jornada Espacial participam estudantes com melhor desempenho nas questões de Astronáutica da OBA, como também ganhadores da quarta Olimpíada Brasileira de Foguetes, que consiste na construção e no lançamento de foguetes em centenas de escolas brasileiras.
Também participam da jornada, professores do DF, Foz do Iguacú e Limoeiro do Norte, assim como estudantes da rede municipal de ensino de São José dos Campos, que se destacaram na OBA. Os participantes totalizam cerca de cento e dez pessoas juntamente com a equipe de apoio do AEB Escola e vinte palestrantes.