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LAAD 2011: NOTÍCIAS SOBRE ESPAÇO
Balanço da feira
A LAAD 2011, maior evento de defesa e segurança da América do Sul, foi encerrada na última sexta-feira (15) com um número recorde de expositores e visitantes. Foram ao todo 663 expositores de 40 países, e 25 mil visitantes.
A edição de 2011 da LAAD certamente ficará conhecida pelos anúncios de aquisições e parcerias, em linha com o movimento de consolidação dos setores aeroespacial e de defesa ora em curso no País. A revista Tecnologia & Defesa foi a responsável pela produção do Show News, inédito, durante os quatro dias da feira.
Raupp: “prime-contractor” e VLS
O novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, abordou em sua palestra no III Seminário de Defesa o processo de avaliação crítica pelo qual o Programa Espacial Brasileiro será submetido. Raupp também destacou a necessidade do programa nacional contar com um “prime-contractor” que exerça a função de integradora dos projetos de satélites e lançadores. O dirigente fez questão de frisar que esta é sua opinião pessoal e que qualquer definição neste sentido terá que ser discutida e aprovada como uma política espacial.
Marco Antonio Raupp também falou sobre a evolução do programa VLS, com possibilidades de cooperação com a Rússia e Alemanha (DLR). A cooperação espacial com a Alemanha, aliás, completará 40 anos em 2011.
Problemas com polibutadieno
Em sua apresentação no seminário, o Brig. Kasemodel informou que de dois anos para cá o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) tem encontrado dificuldades para adquirir a resina polibutadieno, um dos componentes do combustível sólido usado pelos foguetes brasileiros (os outros dois são o perclorato de amônio e alumínio em pó). A Petroflex fabricava a resina, mas depois de ter sido adquirida por um grupo alemão (Lanxess), a fabricação foi descontinuada. O IAE está em busca de recursos financeiros para viabilizar a fabricação por uma indústria nacional, e a Avibras é uma das candidatas.
Sensor ótico da Equatorial Sistemas
Discretamente, no estande do grupo EADS na feira, estava em exposição o sensor HIRIS (Hyperspectral Imager for Remote Intelligence & Surveillance), desenvolvido pela brasileira Equatorial Sistemas, da Astrium, com recursos da FINEP. Além de satélites, o sensor, adaptado, pode ser usado numa variedade de plataformas, tais como aviões, helicópteros e veículos aéreos não tripulados. A Equatorial, aliás, venceu a licitação para a fabricação do gravador digital de dados do satélite Amazônia-1, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Presença italiana
Além da AEB, outra entidade espacial governamental esteve presente na LAAD, a Agência Espacial Italiana (ASI). O foco da presença europeia foi observação terrestre, particularmente por meio de radares, campo em que a Itália é líder na Europa com a constelação COSMO-SkyMed. Os italianos, a propósito, não escondem o grande interesse em cooperar com o Brasil nesse campo, colocando-se, inclusive, como alternativa para o desenvolvimento conjunto da missão radar pretendida pelo INPE.
14-X: veículo hipersônico do IEAv
Um dos destaques na LAAD 2011 da área de ciência e tecnologia do Comando da Aeronáutica foi a apresentação de um mock-up do veículo hipersônico 14-X, em desenvolvimento pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv/DCTA). Dois jornalistas estrangeiros presentes no evento procuraram o blog para ter mais informações sobre o projeto, que foi, aliás, notícia no portal da revista especializada Flight International (veja aqui). O voo do primeiro protótipo, previsto para 2012 ou 2013, será realizado acoplado no foguete VSB-30. A iniciativa do IEAv conta com a participação de indústrias nacionais, como a Britanite e a Flight Technologies.
Star One e “hosted payloads”
Lincoln Oliveira, vice-presidente da Star One, da Embratel, fez interessante apresentação no seminário sobre “hosted payloads” para o mercado de defesa. O Ministério da Defesa já é usuário deste conceito com a própria Star One, dispondo de transponders de banda X (para comunicações militares – SISCOMIS) a bordo de satélites da operadora brasileira. Existe a expectativa de que o satélite geoestacionário Star One C5, que poderá ser contratado pela operadora em 2012, disponha de um novo transponder banda X para o SISCOMIS, uma vez que substituirá o Brasilsat B4, colocado em órbita em 2000 e que conta com um transponder de mesma banda.
Star One C4
E por falar em Star One, está em andamento uma concorrência promovida pela empresa para a contratação do Star One C4, de grande porte. De acordo com o apurado pelo blog, a concorrência deve ser concluída até meados deste ano, e estão participando dois fabricantes dos EUA (Boeing e Loral) e dois do continente europeu (Thales Alenia Space e Astrium). Seguindo o exemplo do que ocorreu na contratação do Star One C3, o valor do dólar frente ao euro