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IAE REALIZA ESTUDOS SOBRE VARIAÇÃO DO CAMPO ELÉTRICO ATMOSFÉRICO
A Divisão de Ciências Atmosféricas do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/ACA) iniciou estudos sobre a utilização das variações do campo elétrico atmosférico, na região de São José dos Campos, causadas pelo desenvolvimento de nuvens de tempestade diretamente sobre uma área de interesse ou pelo deslocamento de tempestades formadas em outras regiões passando pela área de interesse, para a geração de alerta de risco de ocorrência de relâmpago.
Nesse trabalho, executado por meio do projeto Monitoramento do Campo Elétrico Atmosférico na Região de São José dos Campos, que visa aumentar a segurança das atividades realizadas no âmbito do DCTA e, em especial, do IAE, métodos serão desenvolvidos a partir da comparação dos alertas emitidos pelo sistema proposto com as informações dos relâmpagos efetivamente ocorridos, fornecidos pela Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT), uma vez que São José dos Campos está situada numa região com excelente cobertura desta rede. Dessa forma, será possível avaliar as porcentagens de ocorrência de falsos alertas e/ou falhas na emissão de alertas para várias magnitudes do campo elétrico atmosférico utilizado como nível crítico para o disparo dos alertas, com o objetivo de definir a configuração que forneça a maior eficiência para o sistema de alerta proposto.
Os estudos científicos na área concluem que a maioria dos acidentes ocorre ou durante a iniciação da tempestade ou durante a sua dissipação, com um significante número de acidentes resultante do retorno ao ambiente externo pouco antes da atividade de relâmpagos ter realmente cessado. Entre esses períodos, quando a ameaça de relâmpago é óbvia, existem menos acidentes. As pesquisas mostram, ainda, que mais da metade dos acidentes com relâmpagos resultam do primeiro ou um dos primeiros relâmpagos NS (Nuvem-Solo) em uma tempestade.
A avaliação dos resultados poderá auxiliar na tomada de decisão para a emissão de alertas, garantindo maior segurança para as atividades aeroespaciais consideradas críticas, visando a proteção dos servidores envolvidos com essas atividades bem como do patrimônio da Organização.
Saiba mais…
– O que é NS?
É o acrônimo para Nuvem-Solo. Relâmpago nuvem-solo é o relâmpago que, como sugere o acrônimo, inicia-se na nuvem e termina no solo. O termo é utilizado para diferenciá-lo dos demais tipos de relâmpagos: Intranuvem e Solo-Nuvem.
– Quem desenvolve esse trabalho, inclusive a instalação dos sensores?
O trabalho está sendo desenvolvido por um grupo de pesquisadores do IAE/ACA e do INPE/ELAT. O IAE já adquiriu 5 (cinco) sensores e outros 3 (três) encontram-se em processo de importação. Dos cinco já adquiridos, a equipe da ACA já colocou em operação 2 (dois) e os outros 3 (três) estão em fase de instalação. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)adquiriu e se responsabilizará pela instalação de outros 5 (cinco) sensores.
– Os sensores são também instalados em outras cidades?
Os locais de instalação dos sensores adquiridos pelo IAE/ACA são: Usina Cel Abner, Torre de Observação de Fenômenos Atmosféricos da ACA/IAE (ao lado do Túnel de Vento), Prédio da Prefeitura de São José dos Campos, Prédio da Prefeitura de Igaratá, Prédio da Prefeitura de Guararema, Prédio da Administração da Praça de Pedágio em Jacareí e Prédio da Administração da Praça de Pedágio em Guararema.
Os locais de instalação dos sensores adquiridos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ainda estão sendo avaliados.
– Quais os resultados já obtidos?
Com relação à rede de sensores de campo elétrico atmosférico ainda não temos resultados, pois não existem dados (a rede está em fase de implantação). Foi feito um estudo preliminar baseado nos dados do sensor instalado na UCA para o período de 2007 a 2009.
– Qual o período de desenvolvimento do projeto?
O projeto teve uma primeira fase na qual foi desenvolvido o estudo prévio mencionado acima. Esta fase teve início em agosto de 2009 e finalizou em julho de 2010. Está em andamento a segunda fase do projeto, cujo início foi agosto de 2010, e prevê a instalação da rede de monitoramento do campo elétrico atmosférico até o final de 2010, e a coleta, redução e análise dos dados até julho de 2011.