Notícias
IAE COMPLETA 56 ANOS
Confira artigo do diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Francisco Carlos Melo Pantoja, sobre os 56 anos da instituição.
Hoje nos reunimos para celebrar os 56 anos de existência do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). É uma oportunidade para refletirmos sobre a essência, o modus operandi e o alcance dessa instituição. Na sua essência encontraremos os sonhos, no modus operandi acharemos a luta e no alcance nos depararemos com as conquistas. Afinal, esses estados de causa e efeito estão insistentemente presentes nos grandes empreendimentos humanos. Santos Dumont teve o sonho de voar, na época isso era uma transgressão do óbvio. Os resultados desse devaneio são amplamente conhecidos pela humanidade. Portanto, os sonhos são fundamentais. Como certa vez disse Nietzsche, “Quem tem algo por que viver é capaz de suportar qualquer “como viver””.
Temos a convicção de que o aspecto imaginário dos sonhos necessita de um árduo trabalho para adquirir o status de realidade e essa transformação exige força, vontade e a compreensão de que os obstáculos também possuem um aspecto estruturante. Certo dia, um homem estava no quintal de sua casa e viu um casulo pendurado numa árvore. Curioso, ficou observando aquele casulo durante um bom tempo. Ele via que a borboleta fazia um enorme esforço tentando sair através de um pequeno buraco, sem sucesso. Depois de algum tempo, parecia que a borboleta tinha desistido de sair do casulo, as suas forças haviam se esgotado. Vendo aquela aflição, ele resolveu ajudá-la: pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo para libertar a borboleta. Ela saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho e as suas asas amassadas. O homem, feliz por ajudá-la a sair, ficou esperando o momento em que ela fosse abrir as asas e sair voando, mas nada aconteceu. A borboleta passou o resto da sua vida com as asas encolhidas e rastejando o seu corpo murcho.
Nunca foi capaz de voar. O homem então entendeu que o casulo apertado e o esforço da borboleta para sair de lá eram necessários para que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas para fortalecê-las. Só assim ela poderia se libertar do casulo e voar. É nesse sentido que, por vezes, devemos compreender o inerente papel das adversidades, não permitindo que nossas esperanças se dissolvam nos óbices do dia-a-dia.
Sonhos e lutas nos fazem atravessar fronteiras e alcançar resultados expressivos. Casemiro Montenegro, outra entre nossas personalidades referência, sonhou, lutou e criou um complexo de alto nível constituído de ensino, pesquisa e desenvolvimento de tecnologia. Seria demorado e repetitivo relacionar, para essa audiência, as conquistas associadas a esse empreendimento. Bastando mencionar que significativas inovações para a formação econômica da região do Vale do Paraíba, com evidentes desdobramentos nacionais são frutos da iniciativa, persistência e competência desenvolvida e praticada nos laboratórios de organizações como o Instituto de Aeronáutica e Espaço. Somos testemunhas de que essa conquista levou o Brasil, país das commodities, a ter aeronaves como um dos principais itens de sua pauta de exportações.
Portanto, servidores civis e militares do IAE, a ordem do dia é continuarmos a sentir orgulho do que conquistamos para o país e que continuemos a lutar pelos nossos ideais, buscando novos sonhos. As pessoas mais frustradas não são aquelas que não conseguiram atingir seus objetivos, mas são aquelas que não fizeram absolutamente nada para buscá-los.
Nossa instituição completa 56 anos, como poderíamos avaliar a significância dessa idade? Uma possibilidade seria a proposição dos mineiros do clube da esquina que diz: “Porque se chamavam homens, também se chamavam sonhos e sonhos não envelhecem”