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GEO: DEMOCRATIZAÇÃO DOS DADOS DE OBSERVAÇÃO DA TERRA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Durante a Cúpula Ministerial do Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês) em Beijing, China, nesta quinta-feira (4/11), as atividades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foram ressaltadas no discurso proferido pelo ministro Fabio Pitaluga, chefe da Divisão do Mar, da Antártida e do Espaço do Itamaraty, que chefiou a delegação brasileira no evento. Confira aqui a íntegra do discurso
A construção de um sistema global que ofereça e transforme em informação vital para a sociedade os dados obtidos por satélites, entre outras tecnologias de observação da Terra, é um dos objetivos do GEO, organização intergovernamental que congrega 84 países, a Comissão Européia e ainda 56 organizações internacionais.
O compartilhamento de dados para o desenvolvimento sustentável – Data Democracy – e o treinamento e infraestrutura para o seu melhor uso – Capacity Building – são pilares do GEO. São áreas em que o Brasil é pioneiro e avança a passos largos, por já ter estabelecida uma política aberta e gratuita para todos os dados dos seus satélites de observação da Terra.
O ministro lembrou que, ainda em 2007, foi anunciado pelo Brasil o oferecimento gratuito de dados do Cbers (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) para os países da África. Neste ano, assinou com o parceiro chinês neste programa de satélites um novo acordo que estende o acesso livre aos dados a todas as nações em desenvolvimento.
Foram citados, também, o satélite Amazônia-1, com lançamento previsto para 2012 e que vai monitorar florestas e agricultura em regiões tropicais do mundo; o desenvolvimento de softwares livres para processamento de imagens de sensoriamento remoto e construção de sistemas de informação geográfica; e a capacitação de técnicos estrangeiros para o monitoramento de florestas, todas iniciativas alinhadas a Data Democracy e Capacity Building conduzidas no Brasil pelo Inpe.
Isto significa que, além de disponibilizar os dados, o Inpe atua na construção da capacidade para recebê-los, interpretá-los, utilizá-los e levá-los com facilidade ao usuário final.
Hoje integrante de seu Comitê Executivo, o Brasil deve sediar uma Plenária do GEO em 2012. Nesta semana na China, de 3 a 5 de novembro, duas plenárias e uma reunião ministerial com representantes dos países membros do GEO definiram metas para o triênio 2011-2013 que visam melhorar o acesso aos dados de observação da Terra, estudar suas aplicações e implantar o Geoss (Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra), idealizado para ampliar a capacidade de monitoramento ambiental do planeta.