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FloripaSat-1 completa sete meses na órbita da Terra e valida módulos de software e hardware
O FloripaSat-1, nanossatélite desenvolvido por alunos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI), completa sete meses na órbita da Terra e segue enviando dados, que são utilizados para validação dos módulos de software e hardware instalados no satélite de pequeno porte.
O coordenador do FloripaSat-1, o professor da UFSC, Eduardo Bezerra, explicou que o nanossatélite permite que radioamadores de todo o mundo se comuniquem por meio de bandas VHF e UHF ”O CubeSat utiliza a frequência de radioamador para comunicação, isso permite que várias pessoas consigam captar o sinal do FloripaSat-1, tanto que os primeiros dados foram captados por radioamadores de países da Europa.
Para decodificar os dados recebidos, é usado um software personalizado, chamado FloripaSat-GRS, que pode receber pacotes em tempo real ou de um arquivo de áudio gravado. Este software também pode transmitir telecomandos para o satélite. Existe uma Estação de Solo no Laboratório SpaceLab da UFSC para receber telemetria do FloripaSat-1, além disso, mantém parcerias com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no Rio Grande do Norte (RN) e Santa Maria no Rio Grande do Sul (RS).
Equipe do FloripaSat-1 acompanha os testes de vibração, ciclagem térmica, vácuo térmico e de temperatura espacial no INPE, em São José dos Campos (SP).
O módulo instalado permite comunicação com o satélite em regiões remotas como florestas, desertos, oceanos ou em situações de catástrofes, em que a comunicação não é interrompida e possibilita enviar e receber sinais de emergência.
Nas primeiras semanas de operação uma estação móvel foi instalada na residência de um integrante laboratório responsável pela estação terrestre. Essa estação móvel foi desenvolvida no Laboratório SpaceLab da UFSC, mas o principal ponto de coleta de dados está na UFSC.
Eduardo destacou que um dos principais objetivos da missão foi obter herança de voo dos módulos do satélite, visando prover tecnologia nacional para outras missões brasileiras, evitando assim a necessidade de importação de módulos para uso no projeto de CubeSats.
“Algumas decisões referentes ao FloripaSat-1 foram reavaliadas e identificamos algumas características que podem ser facilmente alteradas para facilitar a adaptação a novos payloads . Recebemos comentários e sugestões de radioamadores e estamos estudando para facilitar ainda mais o acesso ao satélite nas próximas missões. Uma nova geração de módulos está sendo concebida pela equipe”, afirmou o coordenador da missão.
O diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Paulo Barros, afirmou que a AEB apoia projetos como este de forma a criar conhecimento, capaz de levar profissionais e estudantes brasileiros para desafios científicos e tecnológicos cada vez mais complexos.
Próxima missão
A equipe da UFSC em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Agência Espacial Brasileira já está trabalhando na próxima missão baseada na plataforma do FloripaSat-1. O conhecimento adquirido no desenvolvimento do primeiro satélite será utilizado para desenvolver um equipamento voltado para coleta de dados ambientais.
Floripasat-1
O FloripaSat-1 foi de carona no mesmo lançador do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-4A), no dia 20 de dezembro de 2019, na China. Antes do lançamento, o nanossatélite foi submetido a testes de vibração, ciclagem térmica, vácuo térmico e de temperatura espacial no Laboratório de Integração e Testes do INPE, em São José dos Campos (SP).
O lançamento do FloripaSat-1 e do CBERS-4A foram acompanhados pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI), Marcos Pontes, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Paulo Barros, o diretor do INPE, Darcton Damião e o coordenador do FloripaSat-1, Eduardo Bezerra.
Sobre a AEB
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para empreender os esforços do governo brasileiro na promoção da autonomia do setor espacial.
Coordenação de Comunicação Social – CCS