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ESTUDANTE TESTA NO ESPAÇO DISPOSITIVO CRIADO POR ESTUDANTES
Foto: Divulgação/MEC – Quando se formar Nehme pretende continuar atuando na área espacial.
Brasília, 25 de março de 2015 – O estudante de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Nehme, está prestes a viajar para o espaço. Lá, conduzirá um experimento desenvolvido por estudantes de escolas públicas, que será selecionado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) por meio de uma chamada pública.
O quinto Anúncio de Oportunidade do Programa Microgravidade abriu prazo para cadastro de propostas nesta terça-feira (24), e segue até 27 de abril. Estudantes de educação básica são desafiados a criar um dispositivo eletrônico compacto, capaz de avaliar os aspectos fisiológicos relacionados à exposição do corpo humano ao ambiente de microgravidade e hipergravidade. O edital prevê a parceria com instituições de ensino superior. A divulgação do resultado será em 2 de maio.
Ex-bolsista do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e ex-estagiário da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), o brasiliense de 23 anos venceu uma competição mundial quando voltou do intercâmbio. O prêmio é um voo suborbital, que está previsto para o final do ano.
Nehme será o segundo brasileiro a ir para o espaço, sendo o primeiro civil. Em 2006, o militar da Força Aérea Brasileira (FAB), Marcos Pontes, embarcou em um voo orbital para a Estação Espacial Internacional (ISS). No caso de Nehme, o veículo espacial não entrará em órbita e o voo terá duração total de uma hora. Serão entre cinco e seis minutos em microgravidade. “Estou ansioso para essa missão”, afirma.
Pelo CsF, Nehme estudou na Catholic University of America, em Washington (EUA), em 2012. Depois de três meses de aula foi selecionado, junto com outros seis bolsistas do CsF, para o estágio na Nasa, no Goddard Space Flight Center, onde ficou por nove meses. Lá, trabalhou na divisão de astrofísica, com balões de grande altitude, capazes de levar instrumentos de pesquisa para a estratosfera.
Vantagem – Foi exatamente esse conhecimento que ajudou Nehme a ganhar o concurso que vai levá-lo ao espaço. A tarefa consistia em acertar o local onde um balão lançado do Deserto de Nevada (EUA) cairia. Os participantes teriam que marcar a altitude em que o objeto estouraria, além da latitude e longitude. O estudante acertou a altitude exata e sua indicação foi a que mais se aproximou da localidade certa no mapa.
Quando voltou dos Estados Unidos Nehme foi selecionado para estagiar na AEB. Agora, é bolsista na Agência. “Todo mundo que participa do Ciência sem Fronteiras tem algo a contribuir quando volta”, ressalta. Para o futuro, o estudante – que se forma no final do ano – vislumbra seguir no ramo aeroespacial. “Gostaria muito de contribuir para o programa espacial brasileiro”.
O veículo espacial que levará Nehme está em fase final de construção para entrar em testes. Enquanto isso, ele participa de treinamentos para o voo. No início do mês, esteve nos Estados Unidos para testes em uma centrífuga. Em abril, vai à Rússia para experimentar a sensação de gravidade zero.
Até a viagem, será acompanhado pelo centro de medicina aeroespacial da Força Aérea Brasileira (FAB), no Rio de Janeiro, onde fará também simulações de falta de oxigênio, ejeção de aeronave e desorientação espacial.
Fonte: MEC