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DIRETOR DA AEB MINISTRA PALESTRA NA SBPC
O diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyrso Villela, ministrou, na segunda-feira (10), palestra sobre o Programa Espacial Brasileiro na 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Durante a palestra, o diretor falou sobre as tecnologias prioritárias e as demandas futuras do programa espacial nacional.
Thyrso começou a palestra dizendo que “para que possamos preservar o meio ambiente, a fauna e a flora brasileira, monitorar as fronteiras do país e melhorar o desempenho da agricultura, é necessário desenvolver o programa espacial nacional”. Segundo ele, entre as demandas estão a construção de um satélite meteorológico, o desenvolvimento de um programa de observação da Terra perene e a capacidade de colocarmos, de forma autônoma, um satélite em órbita. “Precisamos ter acesso ao espaço. Não adianta construirmos satélites sem podermos colocá-los em órbita”, disse o diretor da AEB.
Atualmente, o Brasil desenvolve o Veículo Lançador de Satélites (VLS), foguete capaz de colocar em órbita equatorial uma carga útil de até 115 kg. Os testes com o VLS começarão ano que vem. Há, também, a parceria do Brasil com a Ucrânia que prevê o lançamento comercial de satélites, usando o foguete ucraniano Cyclone-4, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Durante a palestra, Thyrso lembrou que o CLA é o centro de lançamento mais bem localizado do mundo por estar próximo ao Equador e ter ao leste o mar. Essa localização permite que até 30% de combustível sejam economizados em alguns tipos de lançamentos.
“Para suprirmos as demandas, precisamos dominar algumas tecnologias para que possamos ter acesso às aplicações espaciais de forma autônoma” afirmou Thyrso. Controle de atitude e órbita, câmeras de alta resolução para uso em satélites e radar de abertura sintética são algumas tecnologias que o Brasil ainda não detêm. Para que as tecnologias críticas sejam dominadas e as demandas sanadas, a AEB quer aproximar a universidade e a indústria nacional do programa espacial.
A aproximação com a universidade também pretende atrair e formar recursos humanos para o Programa Espacial Brasileiro. “Precisamos de mão de obra qualificada. Temos cerca de três mil pessoas trabalhando em nosso programa espacial, o que é pouco se comparado a outros países”, disse o diretor.
“A AEB vai implementar, em futuro próximo, um programa de domínio de tecnologias críticas, um programa de acesso rápido ao espaço e um programa de formação e atração de recursos humanos para a área espacial”, concluiu o Thyrso.