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DIRETOR DA AEB ENCERRA O CICLO DE PALESTRAS DA ÁREA ESPACIAL NO CAMPUS PARTY 2011
Concluindo a participação da Agência Espacial Brasileira (AEB) na quarta edição da Campus Party no Brasil, o diretor de Políticas Espaciais e Investimentos Estratégicos, Himilcon Carvalho, apresentou a palestra “O Programa Espacial Brasilero” (PEB) mostrando de maneira detalhada como funciona o PEB, que instituições fazem parte dele, quais satélites o Brasil possuiu e qual é o planejamento futuro em relação ao lançamento de novos satélites, tanto no curto quanto no longo prazo.
O diretor da AEB começou a palestra contando que apesar do surgimento da Agência apenas em 1994, o PEB surgiu bem antes, em 1961, apenas quatro anos após o lançamento do satélite russo Sputnik. Himilcon explicou que a Agência é o órgão central responsável por formular e coordenar, trabalhando diretamente com os institutos do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (Sindae) – o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronautica (DCTA), o Instituto de Aeronautica e Espaço (IAE), o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI).
Como explicou o diretor, todos as instituições têm papel relevante no Programa Espacial. As decisões mais importantes passam pela aprovação do Conselho Superior da AEB. Formado por representates do Sindae e também da Indústria Nacional, o conselho se reúne no mínimo três vezes ao ano, seja para discutir novas diretrizes ou para reformular algum projeto.
Himilcon falou, também, sobre os satélites que o Brasil já possui em órbita que são os Satélites de Coletas de Dados – 1 e 2 (SCD). Eles permitem, juntamente com as plataformas terrestres de coletas de dados, conhecer o nível e a qualidade da água nos rios e represas, a quantidade de chuva, a pressão atmosférica, a intensidade da radiação solar e a temperatura do ar. Assim, como já havia feito o coordenador de Satélites e Aplicações Benjamin Galvão, Himilcon salientou a importância da finalização do projeto do Global Precipitation Measurement (GPM), satélite de sensoriamento remoto que trará com precisão maior os índicies de precipitação. Isso auxiliará de forma direta a prevenção de catástofres, como estas que estão ocorrendo em razão das fortes chuvas.
O GPM está sendo desenvolvido em cooperação feita com a França e tem data prevista para lançamento em 2015. Por falar em acordos internacionais, o diretor da AEB ressaltou a importância de firmar parcerias. “As parcerias internacionais são fundamentais para o desenvolvimento de todos os projetos em que não se tem o domínio total das tecnologias envolvidas”. Himilcon completou explicando que a menor falha em algum projeto de satélite pode levar a sua perda.
Durante a palestra, Himilcon salientou as parceria de sucesso com a China que, desde a década de 1980, lança os satélites de sensoriamento remoto da família China -Brazil Earth Resorces Satellite (Cbers). Ainda com a China, estão previstos os lançamentos do Cbers 3 e 4. Na América do Sul, o Brasil possui acordos de cooperação com Chile, Colômbia e Uruguai. Com a Argentina, há o apoio no projeto Sabia-mar, além de ter conseguido para que eles cedessem e nos ensinem como desenvolver a tecnologia de controle de atitude fundamental para a Plataforma Multi-Missão (PMM).
Ainda há parcerias com a Alemanha, Bélgica, Agência Espacial Européia, Israel, Itália, África do Sul, Índia, República Tcheca, Estados Unidos, Ucrânia e Rússia. Da cooperação Brasil – Ucrância surgiu a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). Localizada dentro do CLA a empresa binacional terá como função promover lançamentos comerciais.
Na conclusão da sua apresentação, Himilcon mostrou aos espectadores o site da AEB e falou sobre alguns programas da Agência, como o AEB Escola, Microgravidade e Uniespaço. O último, criado para promover a integração entre as universidades para a realização do Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) e atender à demanda tecnológica do setor, no desenvolvimento de produtos e processos, análises e estudos. Este programa foi citado enfaticamente, visto que a maioria dos presentes eram jovens universitários e como explica Himilcon, um dos objetivos é o “recrutamento” de jovens para integrar à área espacial. “Não é segredo que precisamos de mais gente para o setor. Então, estar presente em um evento tão importante como este, que aborda Ciência e Tecnologia, é a oportunidade perfeita para mostrar o programa e fazer com que estes jovens trilhem o caminho da Área Espacial”, disse o diretor.
Um exemplo de como os programas organizados pela AEB podem criar interesse de de estudantes é dado por Antônio Vinicius, de 20 anos. Nascido em Minas Gerais, Antônio cursa atualmente o terceiro ano de Engenharia Aerospacial, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ele pretendia fazer Engenharia Aeronáutica, seguindo os passos de seu pai. Entretanto, depois de uma participação na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) tudo mudou. “Depois que participei da OBA me encantei pela área espacial. Quando vi que o ITA havia criado curso de Engenharia Aerospacial não pensei duas vezes em arrumar minhas malas e seguir para São José dos Campos (SP)”, contou o estudante.
Mesmo havendo o curso na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o estudante preferiu o curso do ITA pela localidade da universidade, já que a cidade abriga instiuições do Sindae como o Inpe e DCTA. Antônio Vinicius ao fim da entrevista fez, ainda, questão de agradecer a AEB pela OBA e ressalta a importância de evento como estes. “Eu sou muito grato a Agência por ter criado a OBA, a Jornada Espacial, pois desde cedo eu tinha vontade de seguir por esta área, mas são iniciativas como estas que nos encorajam e nos incentivam a seguir na área espacial. No futuro eu quero de trabalhar na AEB e apoiar ainda mais este tipo de evento para que mais gente possa ter esta que oportunidade que tive”, finaliza o estudante.