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DADOS DE SATÉLITE MOSTRAM COMO A GRAVIDADE AFETA A TERRA
Os cientistas europeus dizem que os dados coletados pelo satélite estão modificando a compreensão sobre a força de gravidade e como ela está influenciando alguns dos processos naturais mais importantes da Terra.
Eles fornecem, por exemplo, uma visão mais clara de como os oceanos se movem e como eles redistribuem o calor do Sol pelo mundo – uma informação crucial para os estudos climáticos.
Os pesquisadores de terremotos também estão utilizando dados do Goce. Os fortes tremores que atingiram o Japão, no início do mês de março, e o Chile, em 2010, ocorreram porque grandes massas de rocha se moveram de repente sob a terra.
O satélite pode dar uma visão tridimensional do que estava acontecendo na Terra naqueles momentos.
“Mesmo que os terremotos tenham sido resultado de grandes movimentos na Terra, na altitude do satélite os sinais eram muito pequenos. Mesmo assim, é possível vê-los nos dados”, disse Johannes Bouman, pesquisador do Centro de Pesquisa Geodésico da Alemanha.
A reprodução do planeta que aparece na animação é o que os pesquisadores chamam de geóide. De acordo com os cientistas, o modelo é uma espécie de versão do que a força de gravidade faz com a Terra, já que o planeta não é uma esfera perfeita e sua massa não é distribuída igualitariamente.
Dados precisos
O Goce foi lançado em março de 2009. Ele percorre o planeta de polo a polo, a uma altitude de 254,9 quilômetros – a menor órbita de um satélite de pesquisa em operação hoje.
Três pares de blocos feitos de platina dentro de um instrumento sensível a acelerações da gravidade, permitem mapear diferenças quase imperceptíveis no “puxão” exercido pela massa do planeta de um lugar a outro – das grandes cadeias montanhosas até as maiores depressões oceânicas.
Segundo Rune Floberhagen, o chefe da missão do Goce na ESA, o sistema permitirá ter dados cada vez mais detalhados.
“Quanto mais dados tivermos, mais fácil será suprimir os erros”, disse.
“Estamos obtendo informações completamente novas em áreas como o Himalaia, os Andes e particularmente a Antártida. Todo o continente (da Antártida) precisa muito de informação sobre a gravidade, que nós agora podemos dar.”