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COORDENADOR DA AEB MINISTRA PALESTRA NO CAMPUS PARTY
Primeiro a se apresentar em nome da Agência Espacial Brasileira (AEB) no Campus Party, o coordenador da diretoria de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento (DSAD), Benjamin Galvão, falou sobre os “Satélites e suas Aplicações”, nesta quarta-feira (19).
Segundo Benjamin, os atuais fenômenos climáticos, como as fortes chuvas e os tsunamis nos mostram a importância de possuir satélites que mostrem, com antecedência, boa qualidade e precisão, fenômenos da natureza como o que aconteceu em muitos estados brasileiros como o Rio de Janeiro e Minas Gerais, atingidos pelas chuvas fortes. Recentemente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) adquiriu o denominado “Tupã”, um supercomputador capaz de antever tais situações. Este aparelho, com vida útil em torno de seis anos, é capaz de aumentar o nível de detalhamentos das imagens capturadas para cinco quilômetros na América do Sul e 20 quilômetros para o resto do mundo.
Em conjunto com o supercomputador, está previsto, para 2016, em cooperação com a Fança, o satélite Global Precipitation Measurement (GPM), de sensoriamento remoto que permitirá obter novos dados em relação ao clima como, por exemplo, a quantidade de precipitação. O satélite poderá, ainda, checar a cor do oceano a fim de estudar os ecossistemas marinhos e a salinidade da água.
Benjamin apontou outras áreas que dependem de satélites como é o caso das telecomunicações. “A maioria das pessoas não se atentam, mas quando estão fazendo uma ligação ou assistindo a uma partida de futebol isso se deve aos satélites”, disse.
Outra utilidade dos satélites é o posicionamento e a navegação. “Se antes para viajar ou mesmo para se localizar, você utilizava bússola e mapas gigantescos, hoje, isto não é mais preciso graças ao famoso “GPS”. Presente em milhões de aparelhos e celulares, ele indica em questões de segundos onde você está, para onde quer ir, em diferentes rotas”, afirma Benjamin. O coordenador explica que isso só é possível graças a um satélite.
A palestra despertou o interesse dos presentes. Prevista para durar uma hora, teve 20 minutos extras após a apresentação dedicados a tirar dúvidas dos espectadores curiosos para saber sobre a política de satélites do país, e quais são as futuras perspectivas. “O objetivo da palestra foi o de esclarecer o público sobre tudo relacionado a satélites. O intuito foi atrair essas mentes jovens e despertar o interesse para a área aerospacial,” conta Benjamim.
Para os estudantes de engenharia Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), Aruan Kalmin, 21, e Pedro Paiva, 20, apreciadores de tecnologia, a passagem em que Benjamim citou o Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Inpe, surpreendeu por seu tamanho e equipamentos, motivando, inclusive, uma visita breve às instalações. “ Eu já tinha ouvido falar, mas mesmo assim não imaginava ser algo tão espetacular”, comentou Aruan. Para Pedro, esse era o grande empurrão que precisava para optar pela especialização na área aerospacial. “Saber que tudo isso está sendo feito na área espacial nos motiva a seguir por esse caminho”, disse o estudante.