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CIÊNCIA ALIMENTANDO O BRASIL É O TEMA DA SNCT 2016
Brasília, 27 de outubro de 2015 – A história da evolução humana, a sua relação com os alimentos e a contribuição do conhecimento científico e tecnológico para tornar a nossa alimentação diária cada vez melhor. Assuntos como esses devem pontuar o debate da 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em 2016. O período oficial do evento será de 17 a 23 de outubro e terá como tema “Ciência Alimentando o Brasil”.
Ao anunciar a nova temática, o secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Eron Bezerra, destacou que a discussão está alinhada ao empenho da pasta no redesenho do Programa de Segurança Alimentar para o país, com foco no desenvolvimento de pesquisa e novas tecnologias, na inclusão de populações vulneráveis – a exemplo de quilombolas e índios – e na busca em elevar o padrão de renda dessas pessoas por meio da verticalização da produção e da agregação de valor dos seus produtos.
A expectativa é que a temática permita tratar sobre aspectos relacionados, por exemplo, à questão da qualidade dos alimentos. “O domínio dos alimentos ocorreu há milhares de anos, mas queremos colocar isso em uma outra dimensão agora, porque, se o alimento entregue ao consumidor não for de boa qualidade, estaremos entregando um veneno”, ressalta.
“A ciência é capaz de resolver vários desafios. Um deles é realmente assegurar alimento de qualidade para toda a população, melhorando também o padrão de renda das pessoas. Esse é o debate que devemos enfrentar”, acrescenta Bezerra, que planeja estender a Semana aos mais de cinco mil municípios com a realização de atividades simultaneamente nas escolas de todas as cidades. “Hoje, estamos em mil municípios e isso já é extraordinário”, avalia.
O coordenador nacional da Semana, Douglas Falcão, caracteriza a questão da alimentação como um prato cheio para a ciência e tecnologia brasileira. “A história da alimentação é tão longa quanto a história da humanidade, mas a ciência e a tecnologia aplicadas à agricultura e à criação de animais permitem que, hoje, pelo menos em tese, haja alimentos o suficiente para atender os mais de sete bilhões de seres humanos do planeta. Neste sentido, o Brasil é uma das maiores potências mundiais. Nossa agricultura é muito pautada nas tecnologias e nas pesquisas científicas”, salienta Falcão.
Interdisciplinar – Na avaliação do vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu Moreira, que foi coordenador da SNCT por dez anos, trata-se de um tema interessante para ser abordado em um país como o Brasil, que teve uma história recente de desenvolvimento de processos, métodos e distribuição de renda, o que favoreceu a redução drástica da fome no território nacional, problema antes considerado uma questão crítica. Apesar dos avanços obtidos, o físico destaca a importância do debate em torno do assunto.
“A questão da fome continua sendo um tema gravíssimo em escala mundial. Crianças estão morrendo de fome na África, por exemplo. A humanidade não pode deixar de se preocupar e de discutir esse tema”, ressaltou.
Moreira ainda destaca o aspecto interdisciplinar da temática e a oportunidade para debater questões sensíveis como o controle dos agrotóxicos nos alimentos, além de resgatar a memória de personalidades que, durante décadas e séculos, lutaram para a melhoria das condições de alimentação no Brasil.
A SNCT é coordenada pelo MCTI e realizada nacionalmente desde 2004. Tem a colaboração de ministérios, universidades, institutos de pesquisa, fundações de apoio à pesquisa, instituições de ensino, museus e centros de ciência, instituições privadas, além de secretarias estaduais e municipais, em especial de Ciência e Tecnologia e de Educação.
Seu objetivo é aproximar a população da ciência e da tecnologia, promovendo eventos que congregam centenas de instituições a fim de realizarem atividades de divulgação científica em linguagem acessível à população e por meios inovadores que estimulem a curiosidade e motivem a população a discutir as implicações sociais da ciência e aprofundar seus conhecimentos sobre o tema.
Fonte: MCTI