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Centro Espacial traz desenvolvimento para a região de Alcântara
Município situado a 100 km de viagem de São Luís, Alcântara é a região brasileira mais adequada para o lançamento de foguetes e satélites, devido a sua localização privilegiada, próxima à linha do Equador. O Centro Espacial de Alcântara (CEA) completa 38 anos e tem sido um propulsor de tecnologia e desenvolvimento para a região.
O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, avalia que o CEA está levando desenvolvimento tecnológico, social e econômico para a região. “O Programa de Desenvolvimento Integrado para o Centro Espacial de Alcântara (PDI-CEA) está atuante para fomentar parcerias e investimentos que vão beneficiar diretamente a qualidade de vida da população local e do Maranhão.”
A comunidade local, com mais de 22 mil habitantes, tem buscado as oportunidades oferecidas com a evolução do centro espacial. O engenheiro Renato dos Santos Nascimento (42 anos), nascido no Maranhão, avalia que a base do CEA instalada em Alcântara trouxe novas perspectivas de crescimento econômico e geração de renda e de trabalho para a população local.
Pai de dois filhos, o engenheiro acompanhou ativamente as mudanças geradas pela construção da base. “Trabalhei lá no CEA como soldado e, depois de servir, me interessei pela área espacial. Foi quando surgiu a oportunidade de ingressar na primeira empresa instalada na região”, conta.
Renato avalia que seu crescimento profissional foi possibilitado justamente pela instalação de uma filial da empresa em Alcântara. “A empresa na qual atuo há 15 anos tem como focos principais as áreas aeroespacial e ambiental. Assim, tive a oportunidade de trabalhar lá desde o início e me profissionalizar, cada vez mais, nesse setor aeroespacial.”
Renato contou também que começou na empresa como técnico e atualmente é o engenheiro responsável da unidade. “A experiência que eu tive, muitos jovens da comunidade podem ter! Acredito que as oportunidades aumentarão muito mais com o Acordo de Salvaguarda.”
Já o diretor-executivo da empresa, Marcus Moraes, avalia que o CEA também gerou oportunidades para os empresários. “A empresa existe desde 1989 e há 17 anos tem essa filial em Alcântara, que está se expandido, cada vez mais, em razão do Programa Espacial Brasileiro. Somos uma das primeiras empresas a se instalar em Alcântara e nos beneficiamos diretamente com o progresso que o Centro de Lançamento proporcionou.”
O empresário ressalta que Alcântara, apesar de ainda apresentar problemas de infraestrutura e logística, se tornou um polo de desenvolvimento para grandes e pequenos negócios.
“Nosso polo de crescimento é a base de Alcântara. O programa espacial é o que fomenta nossas atividades. Outros exemplos são os restaurantes da localidade. Eles existem praticamente para atender a demanda dos trabalhadores ligados, direta ou indiretamente, ao CEA. Nessa perspectiva como empresário, nosso desejo é sempre aproveitar a comunidade como mão de obra local. A região precisa crescer junto com a base”, finalizou Moraes.
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Parceiros: “Pensar o Maranhão”
Uma equipe técnica das entidades empresariais que compõem o Grupo de Trabalho da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), denominado “Pensar o Maranhão”, esteve em Alcântara nesta quarta-feira (3), com o objetivo de conhecer in loco as potencialidades da cidade e da região a fim de alinhar a contribuição desses atores na construção do Programa de Desenvolvimento Integrado para o Centro Espacial de Alcântara (PDI-CEA).
O programa busca inserir a sociedade maranhense via projetos e ações direcionadas ao desenvolvimento social, econômico e de infraestrutura da região, norteados pela viabilização do centro espacial.
Além da FIEMA, integram o “Pensar o Maranhão” o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Maranhão (Sebrae-MA); a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA); a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão (FAEMA); e a Associação Comercial do Maranhão (ACM).
Acordo de Salvaguardas Tecnológicas
Em 2019, o governo brasileiro aprovou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas para uso da base espacial de Alcântara, que permite aos EUA e outras nações lançarem satélites a partir de Alcântara. O acordo viabiliza o fortalecimento do país no mercado espacial e a expectativa é que esse setor alcance US$ 1 trilhão (R$ 4,4 trilhões) em 2040. A ideia "conservadora" do Brasil é fisgar ao menos 1% desses negócios - ou seja, US$ 10 bilhões (R$ 44 bilhões) por ano a partir de 2040.
Com a aprovação do acordo, foi constituída a Comissão Integrada de Desenvolvimento para o Centro Espacial de Alcântara (CDI-CEA), formada por representantes dos governos federal, estadual e local, setor privado e academia, com a finalidade de discutir ações capazes de desenvolver a infraestrutura da região, bem como criar modelos de negócios que incentivem as atividades espaciais.
Conforme divulgado pela AEB, já existem conversas com grandes grupos internacionais que desejam se instalar em Alcântara para lançamentos de grande porte. Com isso, a expectativa de crescimento econômico e de desenvolvimento local torna-se ainda maior com a chegada de investidores nacionais e estrangeiros.
Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira é uma autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento de Atividades Espaciais (SINDAE). É responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.
Coordenação de Comunicação Social - CCS