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BRASILEIROS DESCOBREM MAIS UM COMETA
Brasília, 2 de abril de 2015 – A equipe do Observatório Sonear, em Oliveira (MG), liderada pelo astrônomo amador Cristóvão Jacques descobriu mais um cometa – e um que terá sua máxima aproximação do Sol numa trajetória que o deixa relativamente perto da Terra na ocasião.
O cometa Jacques (C/2015 F4) estará a 134 milhões de quilômetros de distância no dia 8 de agosto, momento em que chegará ao periélio, o ponto de sua órbita que o deixa mais perto do Sol.
A observação, contudo, provavelmente estará reservado apenas aos que tiverem telescópio para observar. Por atingir o periélio muito afastado do Sol, a 259 milhões de quilômetros, o nível de radiação não será suficiente para produzir um espetáculo visual brilhante.
Isso é o que se deduz a julgar pelas informações iniciais. “Apesar de passar mais perto da Terra justamente no periélio, o cometa estará ainda um pouco longe para ter um brilho que dê para ver a olho nu”, diz Jacques.
Terceiro – O C/2015 F4 não é um feito inédito. O grupo do Sonear já havia descoberto outros dois cometas em 2014 – os primeiros encontrados por astrônomos brasileiros em solo nacional com equipamento construído aqui –, mas o achado mostra que o observatório amador ainda está por atingir seu pleno potencial.
Originalmente projetado para procurar asteroides ameaçadores à Terra, o observatório decerto há de encontrar muitos cometas. Afinal, eles são detectados basicamente pelo mesmo método, que consiste em comparar imagens tiradas de uma mesma região do céu separadas por alguns minutos.
Se houver algum objeto que se move de uma imagem para outra, ele tem boa chance de ser um asteroide ou um cometa. Neste caso, é preciso verificar se o objeto já é conhecido ou não. Passada essa triagem, o achado é anunciado para ser confirmado por outros astrônomos.
O Sonear entrou em operação em dezembro de 2013 e no ano passado figurou entre os 12 observatórios mais produtivos na caça a pequenos objetos do Sistema Solar, segundo o Minor Planet Center, órgão da União Astronômica Internacional (IAU) responsável pela coordenação global do esforço de descoberta e monitoramento de asteroides.
O observatório não recebe verba pública. Todos os equipamentos e instalações foram bancados por Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro de Barros, o trio responsável pelo Sonear.
Fonte: Mensageiro Sideral – FSP