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BRASILEIROS CONTINUAM PROCESSO DE ABSORÇÃO DE TECNOLOGIA NA FRANÇA
Foto: Divulgação/TAS – Profissionais em atividade no desenvolvimento do SGDC.
Brasília, 27 de janeiro de 2015 – Esta semana, um novo grupo de engenheiros das Forças Armadas viaja para Cannes, na França, para atividades de treinamento para absorção de tecnologia nas instalações da Empresa Thales Alenia Space (TAS). A atividade é prevista no projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).
Esses profissionais se juntarão a outros brasileiros da Aeronáutica, da Agência Espacial Brasileira (AEB), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Empresa Visiona, que já passaram pelos cursos básico e avançado e, hoje, atuam dentro da Thales, contratada pelo Brasil para ser a fornecedora do satélite.
O processo de absorção de tecnologia consiste em capacitar os profissionais que trabalharão principalmente nas duas estações de controle do satélite, em Brasília e no Rio de Janeiro. De acordo com o diretor de Política Espacial da AEB, Petrônio Noronha de Souza, o programa de absorção de tecnologia, previsto na contratação do SGDC, começou em 2014, quando foram enviados 26 brasileiros que passaram pela fase de cursos introdutórios e avançados na empresa.
Este ano, começa a segunda etapa do programa e o novo grupo de técnicos e engenheiros completam o novo contingente, com um total de quatro representantes da AEB, oito do Inpe, dez do Ministério da Defesa (MD), nove da Visiona, seis da Telebras e dois do Ministério das Comunicações, num total de 39 profissionais.
Segundo o representante do MD no Grupo-executivo do Projeto, coronel Edwin Pinheiro da Costa, os profissionais do ministério e da Telebras trabalharão diretamente no projeto e também devem contribuir com a parte de transferência de tecnologia futuramente.
“Ao retornarem ao Brasil, eles poderão assumir atividades de controle do satélite, nos centros de operação. Com a experiência adquirida, também estarão aptos a atuar no desenvolvimento de futuros projetos espaciais”, disse.
Segundo Costa, a parte de transferência de tecnologia inclui ainda o treinamento de profissionais de empresas de tecnologia aeroespacial que, futuramente, se tornarão aptos a construir módulos componentes de satélites. O representante do MD no Comitê Diretor do Projeto SGDC, brigadeiro Luiz Fernando de Aguiar, explica que esse processo de capacitação da indústria nacional servirá também para apoiar o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese), que prevê a construção de outros satélites com a participação da indústria nacional.
“Estamos abrindo uma porta para que essa tecnologia ingresse no país. Temos o MCTI, AEB e outros órgãos diretamente envolvidos no processo de transferência de tecnologia para que possamos, no futuro, construir um satélite como esse no Brasil”, destaca. “O ganho maior é essa absorção de tecnologia por parte do nosso pessoal e das nossas empresas para que, no futuro, possamos ingressar nesse mercado”, completa o brigadeiro frisando que, hoje, diversos serviços meteorológicos são prestados por empresas estrangeiras, o que deverá mudar quando o país passar a dominar tal tecnologia.
Em dezembro último, uma equipe do MD participou, em Toulouse, na França, da etapa de revisão crítica do projeto, na qual foram ajustados alguns detalhes técnicos finais do projeto.
O SGDC terá uma banda X, voltada as comunicações militares, e uma banda Ka, para uso de comunicação civil no âmbito do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2016, o satélite será o primeiro a ser 100% controlado pelo governo.
Fonte: Ministério da Defesa (MD)