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BOLSISTA DO CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS DESCOBRE CANDIDATA A SUPERNOVA
Brasília, 5 de agosto de 2015 – O bolsista de graduação-sanduíche do programa Ciência sem Fronteiras (CsF), Luis Felipe Longo Micchi, a partir dos trabalhos realizados em seu intercâmbio na Catholic University of America, dos Estados Unidos, identificou, utilizando o telescópio Hubble, um corpo celeste próximo à galáxia MRK-477 com características de uma Supernova.
As Supernovas são corpos celestes surgidos após explosões de estrelas que têm mais de dez massas solares. São objetos extremamente brilhantes, os quais declinam até se tornarem invisíveis. Em apenas alguns dias o seu brilho pode intensificar-se em um bilhão de vezes a partir de seu estado original, tornando a estrela tão brilhante quanto uma galáxia.
Estudante de física na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Micchi conta que a descoberta surgiu a partir do envolvimento em uma pesquisa sobre quasares, o tipo mais luminoso de galáxia. “Estava procurando descobrir mais sobre a morfologia desses objetos, trabalhando com imagens do Hubble. Em uma das imagens, a da galáxia MRK-477, apareceu algo diferente de todas as demais. Nas proximidades, um ponto muito luminoso surgiu tão intenso quanto à própria galáxia inteira”, conta.
Tratamento a imagem, o bolsista concluiu que o ponto era algo extra, que não deveria estar ali. “Para provar essa hipótese peguei uma imagem mais antiga, de 2013, e verifiquei que esse objeto realmente não estava lá. Como já trabalhei com Supernovas, percebi que se tratava de uma. Ou seja, estava olhando em primeira mão para uma estrela em explosão”, conta Micchi.
Importância – Ele destaca que Supernovas são objetos importantes no desenvolvimento recente das áreas de Astrofísica, Astronomia e Cosmologia. “Elas são responsáveis pela criação de elementos mais pesados que o ferro na tabela periódica, e isso e essencial para a existência da vida.”
Além disso, as Supernovas também são utilizadas como medida de distância do cosmos. “Como são muito brilhantes, podemos vê-las de muito longe. Usando esse padrão de medida se provou muita coisa, como, por exemplo, a expansão acelerada do Universo”, explica.
Micchi espera que sua descoberta funcione como um incentivo ao desenvolvimento da área no Brasil. “Acredito que o fato de ter mais brasileiros junto a pesquisas de grupos internacionais traz reconhecimento à nossa ciência em geral. Essa e outras descobertas, espero, devem incentivar ainda mais pessoas que gostam dessa área a procurá-la e com isso aumentar ainda mais a nossa produção científica.”
Lançado em dezembro de 2011, o CsF busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC).
Fonte: CsF