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AUMENTAM AS ÁREAS EM REGENERAÇÃO FLORESTAL NA AMAZÔNIA
Brasília, 27 de novembro de 2014 – Área equivalente ao total de corte raso verificado em 2011 está em processo de regeneração – em torno de 6 mil km², segundo os novos dados do TerraClass, projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para mapear o uso das áreas desmatadas na Amazônia.
Os resultados foram apresentados na quarta-feira (26) pelos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Clelio Campolina Diniz, e do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, dirigentes e pesquisadores do Inpe e Embrapa, em Brasília.
De 2008 até 2012, as áreas em regeneração (vegetação secundária = 113 mil km²) são 2,5 vezes maiores do que o total desmatado (44 mil km²) no mesmo período.
O relatório TerraClass 2012 aponta que a agricultura é responsável por apenas 2% dos desflorestamentos recentes na Amazônia Brasileira, pois as plantações estão avançando sobre locais onde havia pastagens.
Áreas antes destinadas à pecuária também cederam espaço para a vegetação secundária. Ainda assim, áreas de pastagem respondem por cerca de 60% do uso das terras desflorestadas na Amazônia. As áreas em regeneração (vegetação secundária) correspondem a 23%, enquanto a agricultura está relacionada a 6%.
Mapeamento – O TerraClass qualifica as áreas mapeadas pelo Prodes, o sistema do Inpe que contabiliza anualmente o desmate por corte raso na Amazônia Legal com base em imagens de satélites. Para este relatório foram mapeados 751 mil km², o que corresponde ao total do desmatamento desde o ano 1988 até 2012.
A área mapeada em 2012 teve um aumento de 43,5 mil km² em comparação com o primeiro relatório (TerraClass 2008). Dos desflorestamentos ocorridos desde 2008 até 2012, 63% tornaram-se pastagem (17.515 km²), 19% vegetação secundária (5.424 km²) e 2% agricultura (513 km²).
Para descrever a situação do uso e da cobertura da terra, o projeto considera as seguintes classes temáticas: Agricultura Anual, Pasto Limpo, Pasto Sujo, Pasto com Solo Exposto, Regeneração com Pasto, Vegetação Secundária, Mosaico de Ocupações, Mineração, Área Urbana e Reflorestamento.
O percentual de área ocupada pelas classes de pastagem apresentou uma pequena redução, mantendo-se nos três anos mapeados (2008, 2010 e 2012) próximo de 60%. A área ocupada desta classe em 2008 era de 447 mil km², tornando-se 443 mil km² em 2012. Os estados do Acre, Rondônia e Tocantins são os que, percentualmente, mais destinam as áreas desmatadas para pastagem, com mais de 70% convertido para este tipo de uso. A classe de pastagem é a que mais cede área para agricultura ou para vegetação secundária.
As classes com maior aumento de 2008 a 2012 foram mineração e área urbana – crescimento de 7,5% e 6,9%, respectivamente. Já a classe mosaico de ocupações teve a maior redução, de 17,1%.
Também ocorreu um aumento da área de agricultura anual, passando de 35 mil km² em 2008 para 42 mil km² em 2012, representando uma taxa média de crescimento da ordem de 4%. Cerca de 70% das áreas agora mapeadas como agricultura já apresentavam este uso em 2008 – 12 mil km² foram convertidos para agricultura entre 2008 e 2012. Destes, a expansão agrícola ocorreu quase que exclusivamente sobre áreas de pastagem (80%) e de vegetação secundária (9%).
Fonte: Inpe