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ATLAS DA MATA ATLÂNTICA APONTA QUEDA DE 24% NO DESMATAMENTO
Brasília, 27 de maio de 2015 – A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apresentam os novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2013 a 2014. A divulgação será no Dia Nacional da Mata Atlântica, comemorado hoje (27).
Baseado na análise de imagens de satélites, o estudo aponta desmatamento de 18.267 hectares (ha), ou 183 Km², de remanescentes florestais nos 17 estados da Mata Atlântica, uma queda de 24% em relação ao período anterior (2012-2013), que registrou 23.948 ha.
Segundo Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo Inpe, nesta oportunidade foram utilizadas imagens do sensor OLI do satélite Landsat 8, que apresentam características técnicas similares daquelas utilizadas na geração das versões anteriores deste Atlas. “Essa similaridade garante a comparação entre dados gerados em edições passadas do Atlas, que foram geradas fundamentalmente pela análise de imagens do sensor TM/Landsat 5”.
Nesta edição do estudo, Piauí foi o estado campeão de desmatamento, com 5.626 ha. Um único município piauiense, Eliseu Martins, foi responsável por 23% do total dos desflorestamentos observados no período, com 4.287 ha. É o segundo ano consecutivo que o Atlas observa padrão de desmatamento nos municípios ao sul do Piauí.
No período anterior, entre 2012 e 2013, foram desmatados 6.633 ha em municípios da mesma região, com destaque para Manoel Emídio (3.164 ha) e Alvorada do Gurguéia (2.460 ha).
Para Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação e coordenadora do Atlas pela organização, esses dados são importantes para reforçar o debate sobre a proteção do bioma no Piauí. “Essa é uma importante região de fronteira agrícola e uma área de transição entre a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga, o que acende discussões sobre seu grau de proteção. No entanto, são áreas incluídas no Mapa de Aplicação da Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/06), que protege seus ecossistemas associados e deve ser cumprida”.
No oeste da Bahia está o segundo município com maior registro de desmatamento no período – Baianópolis, com 1.522 ha. Com 4.672 ha desmatados, a Bahia foi o terceiro estado que mais desmatou o bioma no período. Apesar da posição de segundo estado que mais desmatou a floresta entre 2013-2014, com 5.608 ha, Minas Gerais reduziu em 34% o desmatamento se comparado ao período anterior.
O Atlas – O Atlas dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados do Bioma Mata Atlântica, desenvolvido pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Inpe, representa um grande subsídio para a compreensão da situação em que se encontra a Mata Atlântica.
O primeiro mapeamento, publicado em 1990, com a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), teve o mérito de ser um trabalho inédito sobre a área original e a distribuição espacial dos remanescentes florestais da Mata Atlântica e tornou-se referência para pesquisa científica e para o movimento ambientalista. Foi desenvolvido em escala 1:1.000.000.
Em 1991, a SOS Mata Atlântica e o Inpe iniciaram a um mapeamento em escala 1:250.000, analisando a ação humana sobre os remanescentes florestais e nas vegetações de mangue e de restinga entre 1985 a 1990.
Publicado em 1992/93, o trabalho avaliou a situação do bioma nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que apresentavam a maior concentração de áreas preservadas. Os estados do Nordeste não puderam ser avaliados pela dificuldade de obtenção de imagens de satélite sem cobertura de nuvens.
Os dados completos e o relatório técnico podem ser acessados no servidor de mapas http://mapas.sosma.org.br
Abaixo, gráfico do histórico do desmatamento desde 1985:
Os dados completos e o relatório técnico poderão ser acessados nos sites www.sosma.org.br e www.inpe.br, ou diretamente no servidor de mapas http://mapas.sosma.org.br.
Fonte: Inpe