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ASTRONAUTA BRASILEIRO FALA SOBRE ROBÓTICA NO CAMPUS PARTY
Representando a Agência Espacial Brasileira (AEB), o astronauta Marcos Pontes, em conjunto com engenheiro do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, Ney Robinson, realizou na tarde de ontem (20), no Campus Party, a palestra “Novos Horizontes”, sobre o uso da robótica em condições extremas, tanto no espaço exterior à Terra quanto em áreas de exploração no planeta.
Pontes começou sua apresentação definindo o conceito do que seria um robô. De todas as concepções apresentadas, a que mais agrada os palestrantes era a da Associação de Automação e Robótica Australiana (AARA) que diz não existir uma definição clara do que é um robô, porém indica três especifidades cruciais. A primeira é possuir alguma forma de mobilidade. A outra é ser programável para tarefas diversas e, por fim, operar automaticamente após ser programado.
Atualmente, diversos tipos de robôs são usados em diversas situações. Os fãs de cinema de guerra puderam identificar um exemplar muito utilizado no combate ao terrorismo. No filme “Guerra ao Terror”, ganhador do Oscar de melhor obra em 2010, há um robô que é usado para desativar bombas. Dentro desse nicho de situações de risco, há o robô programado para resgatar corpos em lugares inóspitos que coloquem em risco a vida de seres humanos como ambientes com gases venenosos ou com perigo de desabamento. Há, também, os robôs de sistemas dedicados, o que o astronauta deu como exemplo, o R2T2, de Guerra nas Estrelas, e o sistema de próteses que ajuda a quem teve algum membro amputado ou tem alguma deficiência física.
Outro assunto debatido pelos palestrantes foram os prós e contras na utilização dos robôs. Por exemplo, o robô pode ter qualquer tamanho e pode carregar pesos inimagináveis para um homem. Porém, como explica Marcos Pontes, as máquinas ainda não possuem algumas características que animais e humanos compartilham. “Os robôs não conseguem sentir emoção, ter imaginação ou criatividade. Um exemplo que pouca gente sabe, é o do astronauta Buzz Aldrin. Quando ele e Neil Armstrong estavam voltando para a nave, para retornar à Terra, um dispositivo que se assemelha a função de um fusível quebrou e não conseguia fazer com que a nave funcionasse. Foi aí que entrou a criatividade e imaginação de Aldrin que, com uma caneta, conseguiu pressionar o dispositivo possibilitando a volta para casa”, contou Pontes.
Durante a palestra Ney Robinson apresentou algumas novidades desenvolvidas pe
la Petrobras . São dois robôs, um deles é o ambiental híbrido que recebeu o nome do ativista ambiental brasileiro Chico Mendes. Ele terá a missão de chegar aos lugares da Amazônia impossíveis de se aproximar com os meios convencionais, possibilitando, assim, a construção com segurança de mais de 420km de um gasoduto que corta a região amazônica.
O outro robô, criado por Ney Robinson, é o denominado Girino. Inspirado no animal, ele terá a missão de se movimentar pelo interior de dutos sem auxilio de diferencial de pressão, e sim por meios de propulsão próprios. A invenção permite levar a um ponto remoto, no interior do duto, ferramentas ou materiais para a realização de diversas operações. De acordo com o engenheiro, não foi apenas a observação do animal que lhe ajudou na construção do robô. Houve, também, uma inspiração humana na forma dele se movimentar.
O fim da apresentação foi marcado pela parte relativa ao mercado de trabalho. Foi mostrado ao público as diversas áreas que compõem o projeto da Petrobras e do Programa Espacial Brasileiro.