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ASTEROIDE PASSA PRÓXIMO A TERRA NO FINAL DE SEMANA
Brasília, 28 de outubro de 2015 – Descoberto recentemente um asteroide com diâmetro estimado de 470 metros tecnicamente denominado como TB145 passa a 499 mil quilômetros da Terra, ou cerca de 1,3 vez a distância média da Lua ao nosso planeta, na madrugada do sábado (31). No Brasil a previsão da passagem é às 19h do dia 31 (horário de Brasília).
Segundo a Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), que monitora o asteroide, não há perigo de colisão com a Terra, mesmo sendo a rocha espacial 28 vezes maior do que o meteoro que explodiu sobre a cidade russa de Chelyabinsk em fevereiro de 2013, deixando mais de mil pessoas feridas. Na ocasião, a área afetada foi de 6,5 mil km², o que representa, por exemplo, 2,5 vezes a superfície total de Moscou.
Para o astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, Leandro Guedes, “o que causa surpresa nesse asteroide é o fato de ter sido descoberto no último dia 10”. Ele explica que “normalmente, grandes asteroides são visualizados com vários anos de antecedência da aproximação”.
De acordo com Guedes, o 2015 TB145 é um asteroide veloz, com velocidade de 35 quilômetros por segundo, o que também não é tão comum para um asteroide.
A detecção antecipada de corpos celestes perigosos com tamanho superior a 50 metros de diâmetro, assim como a avaliação do risco do seu impacto, é uma preocupação para os especialistas. Mas o astrônomo afirma que a tecnologia hoje é capaz de verificar, com tranquilidade, possíveis ameaças de meteoros como o que atingiu a Rússia.
“Existe a preocupação, sim, há algumas situações que dificultam muito a observação de um asteroide. Por exemplo, um corpo que esteja vindo numa grande velocidade na direção do Sol seria um objeto difícil de ser observado. Mas se considerarmos todo o espaço em torno da Terra, é muito difícil de acontecer que um corpo grande, realmente em rota de colisão, venha justamente numa posição difícil ou tenha características que dificultem a observação”.
Segundo ele, “a chance de haver um asteroide perigoso que não se consiga observar é muito pequena. Caso seja observado algum dia um objeto que vá entrar ou esteja em rota de colisão com a Terra, temos hoje condições de tentar desviar esse objeto da órbita. Existem tecnologias hoje para se fazer isso.”
Em função da possibilidade da previsão antecipada é que já se sabe que em 2027 haverá a passagem do asteroide batizado de 1999 AN10 e com diâmetro estimado em mais de um quilômetro. Ele poderá chegar a pouco mais de 30 mil quilômetros da Terra, mas a Nasa também já informou não haver riscos para o planeta.
Guedes informa que o TB145 poderá ser visto com auxílio de pequenos telescópios e radiotelescópios, com melhor visualização no Hemisfério Norte. “Ele ficará no céu durante o dia, e então não será mais possível avistá-lo com telescópio. Mas existem observações com radiotelescópios sendo programadas para analisá-lo e conhecê-lo ao máximo”, explicou o astrônomo.
A Nasa planeja obter imagens de radar para analisar sua superfície e para detectar se ele está ou não acompanhado de uma lua, o que pode apontar pistas sobre sua massa e densidade.
“A influência gravitacional do TB145 é tão pequena que não terá efeitos detectáveis na Lua, nas placas tectônicas ou nas marés da Terra”, informa a Agência em um comunicado.
Fonte: Com informações da Sputinik News e G1