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ACORDOS DE COOPERAÇÃO IRÃO BENEFICIAR BRASIL E CHINA
Integrantes do Centro Regional para Educação em Ciência e Tecnologias Espaciais da Ásia e do Pacífico (RCSSTEAP) e diretores e servidores da Agência Espacial Brasileira (AEB), reunidos nos dias 8 e 9 de maio, discutiram propostas que serão consolidadas no Fórum de Tecnologia e Aplicações Espaciais para o Hemisfério Sul, a ser realizado de 21 a 27 de agosto, em Brasília.
O objetivo do Fórum é estabelecer a aliança dos Centros Regionais da Organização das Nações Unidas (ONU), com ações que visam criar curso de graduação em ciências espaciais e tecnologias (4 anos), produção de livros em ciências espaciais e tecnologias, além de estabelecer um fórum universitário para ajudar no desenvolvimento do Centro e contribuir com a iniciativa UNISPACE+50.
Durante a cerimônia de abertura, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, ressaltou os 30 anos de cooperação entre os dois países, construídos com base em dois princípios: a descoberta de interesses multilaterais e o trabalho em equipe.
O encontro com foco educacional teve como objetivo fornecer ampla visão do Programa Espacial Brasileiro, tecnologia e aplicações de desenvolvimento, com o intuito de criar um conselho editorial e uma aliança universitária que contemplem dois semestres em Beihang e dois semestres nas universidades brasileiras, com ênfase nas áreas de sensoriamento remoto e aplicações satelitais.
Os resultados obtidos com a parceria entre os anos de 2015 e 2016 pela China com os programas de formação de recursos humanos na área espacial, DOCSTA (doutorado), MASTA (mestrado) — ambos sobre aplicações de tecnologias espaciais — e cursos de curta duração também foram tratados no encontro.
A importância da inclusão de jovens e adolescentes em assuntos espaciais foi abordada por ambos os países, que se mostraram dispostos a trabalhar coletivamente no envolvimento de estudantes em programas educacionais. O diretor executivo do RCSSTEAP e reitor da Universidade de Beihang, Weng Jingnong, lembrou que a China está bastante focada nesse aspecto.
Quanto ao programa de intercâmbio na Universidade de Beihang, Jingnong afirmou que a instituição está apta a receber estudantes brasileiros. “Nós estamos trazendo recursos na área de tecnologia espacial. Desde o início do ano já contamos com um programa de intercâmbio para universitários. Penso que podemos prover o ambiente, os prédios capacitados e também temos muito conhecimento prático”, disse.
Também se discutiu uma possível parceria entre as instituições, que envolveria a produção de livros educativos de alta qualidade — a serem usados no programa AEB Escola — na área espacial, com possível colaboração de especialistas do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe).
Rastreamento de Satélites
Em visita à UnB, os chineses conheceram a estação QOS (Quantum Optical System of Satellite), estação de rastreamento de satélites resultado de um acordo de cooperação com a Rússia, em 2010, que chegou em Brasília há três anos, sendo a primeira estação fora da Federação Russa.
Segundo Rui Carlos Botelho, tecnologista da AEB, o objetivo do aparelho ótico é fazer o rastreamento das trajetórias do satélite, que quando inserido no modelo orbital sofre com diversas forças, como arrasto e radiação solar.
“Essa estação usa laser para disparar um raio no local estimado de onde o satélite vai passar. Havendo qualquer variação ou mudança na trajetória, é feita a correção no modelo para continuar rastreando o satélite com precisão”, conclui Botelho.
Coordenação de Comunicação Social – CCS