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Absorção e transferência de tecnologia contribuem para qualificação e certificação do processo de fabricação de geradores solares de empresa brasileira
A qualificação e a certificação dos processos de fabricação de geradores solares para satélites e a capacitação de engenheiros brasileiros foram os principais benefícios que a empresa Orbital Engenharia adquiriu, durante o processo de Absorção e Transferência de Tecnologia Espacial para a indústria nacional, no âmbito do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).
Após participar do processo, a Orbital Engenharia inseriu-se no mercado internacional, com a exportação do primeiro hardware espacial brasileiro para um satélite de pequeno porte europeu. O plano de absorção e transferência de tecnologia espacial para a indústria nacional, no âmbito do contrato de aquisição e desenvolvimento do SGDC, lançado em 2017, permitiu, à Orbital, uma das seis empresas brasileiras selecionadas por meio de edital de seleção pública do MCTI/AEB/Finep/FNDCT, adquirir know-how e aprimorar sua expertise em tecnologias espaciais.
O diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Paulo Barros, destaca que “o processo de transferência de tecnologia permite às empresas obterem os conhecimentos básicos necessários para se desenvolverem e navegarem em carreira solo, permitindo que possam buscar outras alternativas, assim como ocorreu com a Orbital.”
Segundo o presidente da Orbital Engenharia, Célio Vaz, a participação no processo de Absorção e Transferência de Tecnologia contribuiu com a elevação da qualidade dos geradores solares desenvolvidos pela empresa e ainda ajudou na redução do tempo de fabricação desses equipamentos. “O processo de Absorção e Transferência de Tecnologia nos proporcionou diversos desafios, como incorporar novos processos decorrentes das recomendações de especialistas da Thalles Alenia Space”, conta.
Dois engenheiros da Orbital Engenharia foram treinados, por um período de seis meses, nas instalações da Thalles Alenia, na Itália. Eles treinaram projetos de simulação de sistemas elétricos de potência de satélites com base numa missão de um satélite Radar de Abertura Sintética (SAR), sugerido pela AEB. Essa demanda condiz com a as necessidades do País e já estava prevista no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) para o decênio de 2012-2021.
“Hoje a Orbital está qualificada e certificada pela Thalles Alenia como fornecedor na cadeia de suprimento de geradores solares. Outro processo que estamos concluindo é a qualificação dos nossos processos na Órbita Terrestre Baixa, com vida estendida (7 a 10 anos), mas também estamos desenvolvendo e qualificando processos de fabricação de geradores solares em órbita geoestacionária. Pretendemos que a empresa esteja capacitada para fabricar geradores solares de satélites de grande porte”, afirmou Célio Vaz.
Em 2018, os profissionais da Orbital estiveram na Thalles Alenia para conhecer todo o processo de fabricação de geradores solares e fizeram uma série de recomendações. Uma das que mais gerou impacto nos processos da empresa foi a orientação para desenvolver um simulador solar próprio. “Nós sabíamos fazer um simulador pequeno, mas acabamos desenvolvendo um maior, com capacidade técnica de testar os módulos solares do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-4A). Com esse simulador evitamos riscos no transporte, reduzimos custos e ainda melhoramos a produção da empresa”, explica Célio Vaz.
Fotos: Vista esquerda e direita do Gerador Solar do CBERS-4A no Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), produzido pela Orbital.
O presidente da Orbital ainda ressaltou que a participação no processo de Absorção e Transferência de Tecnologia Espacial proporcionou credibilidade e capacidade técnica para competir no mercado internacional, assim como para continuar sendo um dos fornecedores de equipamentos e sistemas completos, como a Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM), e outros projetos que viabilizem o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro.
Sobre a Orbital Engenharia
A atuação da
Orbital Engenharia no mercado brasileiro teve início em 2001, ano de sua fundação, por meio da Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Devido à experiência adquirida no mercado brasileiro com o desenvolvimento de painéis solares para satélites, fomentados pela AEB, com a construção do satélite Amazonia-1, dos Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres (CBERS 2B, CBERS 4) e o Serpens do Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites, da AEB), a Orbital obteve o histórico de voo necessário para realizar seu primeiro fornecimento no mercado internacional.
Sobre o SGDC-1
O SGDC-1 fornece cobertura de serviços de internet a 100% do território nacional, de forma a promover a inclusão digital para todos os cidadãos, além de fornecer um meio seguro e soberano para as comunicações estratégicas do Governo Federal. O satélite opera nas bandas X e Ka, destinadas, respectivamente, ao uso de comunicações de defesa – que representa 30% da capacidade do equipamento – e ao uso cívico-social, provendo banda larga às regiões mais remotas do Brasil, que corresponde a 70% da capacidade.
Hoje o satélite brasileiro provê conexão em banda larga para mais de 9 mil escolas, com mais de 12.500 pontos instalados, beneficiando cerca de 2,5 milhões de alunos da rede de ensino, áreas indígenas e Unidades Básicas de Saúde.
Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira é uma autarquia vinculada ao MCTI, responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.
Coordenação de Comunicação Social – CCS
Foto principal: Gerador Solar do satélite Amazonia-1, previsto para ser lançado, a partir da Índia.