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"A terra tremeu na Bahia!": live com sismólogos do ON explica tremores
Diversos tremores de terra foram registrados na Bahia nos dias 30 e 31 de agosto, domingo e segunda-feira. Moradores de várias cidades da região do vale do Jiquiriçá e do Recôncavo Baiano, até a capital Salvador, sentiram os sismos, vivendo momentos de susto e apreensão. As estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) registraram os tremores. O de maior magnitude aconteceu às 7h44 de domingo, hora local, com 4.6. Os demais eventos ficaram entre 2 e 3, e na madrugada 31 houve um sismo de magnitude 3.5.
Não houve vítimas, mas a população das cidades atingidas relata momentos de tensão. Em algumas localidades, os tremores provocaram danos nas casas e algumas famílias ficaram desabrigadas. Uma das mais afetadas foi Amargosa, a aproximadamente 165 quilômetros de Salvador, porém moradores da capital baiana também sentiram a terra tremer. Segundo informações da RSBR, o evento mais antigo conhecido nessa região de Amargosa ocorreu em dezembro de 1899, com magnitude estimada em 3.5. Nos anos seguintes, até 1920, houve uma intensa atividade sísmica na Bahia, no Recôncavo e suas vizinhanças, mas, posteriormente, a atividade diminuiu.
Para falar sobre este assunto, nesta terça-feira, dia 1 de setembro, às 19h, o Observatório Nacional promove a live “A terra tremeu na Bahia!”. Os pesquisadores do ON Diogo Coelho, Fábio Dias e Sergio Fontes, coordenador da RSBR, vão tirar as dúvidas do público sobre estes fenômenos e explicar como é o trabalho da Rede Sismográfica Brasileira. Também participam Náira Marambaia, moradora de Amargosa, e Sílvia Passos, residente em Salvador. Elas vão contar como foi o momento dos tremores e também apresentar suas dúvidas aos pesquisadores do ON. A live é transmitida ao vivo no canal do Observatório Nacional no Youtube (www.youtube.com/observatorionacional).
O monitoramento das atividades sísmicas em todo o Brasil é feito pela Rede Sismográfica Brasileira, uma parceria entre Observatório Nacional, Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo, Observatório Sismológico da Universidade de Brasília e Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Um total de 92 estações registra os sismos e transmite os dados, em tempo real, para o ON, possibilitando a localização de epicentros e a determinação das magnitudes dos sismos.
O monitoramento da RSBR permite ainda distinguir se a causa do tremor é natural ou resultante da ação humana, como construção de barragens, represas e grandes obras de engenharia civil e prospecção mineral. Estudar e monitorar as atividades sísmicas é essencial para compreender a estrutura interna da Terra, determinar os limites das placas litosféricas, responsáveis pelos tremores naturais.
Sentiu um abalo sísmico? Deixe seu depoimento na plataforma “Sentiu aí”, do Centro de Sismologia da USP.
Fonte: Observatório Nacional